FHM #117: A relação de amor e ódio com a Seleção Brasileira



                        Olá pessoal 

                 O tema da semana é a Seleção Brasileira, a eliminação da Copa do Mundo Feminina 2019 e a vitória nesta terça que levou o time masculino a final demonstra a relação que se construiu por contraste: o amor ao time e a crítica severa colocadas lado a lado. Tirando o corte de gênero (Que coloca assuntos que eu não tratarei por ora) temos  um quadro que a descrença coletiva criou heróis e vilões, problemas para a mídia social e marcas que tem que lidar com isso. 

                 A seleção feminina teve um apoio inédito da TV, CBF e outros após uma preparação bem complicada, um período sumido após as Olimpíadas e uma retomada em cima da hora pela mídia que abraçou as mulheres do futebol em meio a crise do Masculino (Neymar, convocação e Lesões). A chegada da Globo para transmitir os jogos do Brasil surge a poucos dias da estreia, o marketing e as chamadas ignoravam a má fase do time e do Vadão, a desconfiança dos especialistas foi esquecida num piscar de olhos num impulso Ufanista que a representação feminina pedia a tempos no esporte. Resultado desta conta que o torcedor preferia a jornada épica destas Jogadoras sem apoio e criando expectativas altas para uma seleção importante (que de fato esteve presente em todos os mundiais) ,mas não favorita como antes e os tempos áureos de grandes campanhas e vice campeonatos. 

              O Brasil de Tite viveu o inverso disso, esteve no inferno com questionamento de absolutamente tudo até que o holofote baixasse um pouco com outra competição simultânea. As escolhas duvidosas do Técnico, a badalada vida pessoal do Neymar gerando clima e o futebol pouco vistoso deixaram a coisa muito mais tensa para a CBF, contornar isso seria difícil se os fatos que ocorreram não tivessem forçado trocas e a saída do Menino Ney, enfim paz para eles. Entretanto a montanha russa que virou a Copa América 2019  teve altos e baixos que nem mesmo vencer o maior rival do continente tem aliviado o peso na cabeça da assessoria e do grupo de jogadores  que enfrenta Chile ou Peru na final do Maracanã. 

              O torcedor segue mais a paixão do que a razão, isso explica a balança estranha entre ser cativado pelas Mulheres da Seleção e seu drama tanto quanto ser críticos e negativos em peso com a apresentação da seleção em campo, fazendo até a cabeça de Adenor Bacchi, o Tite de sucesso no Brasil e que deixou de ser unanimidade. A empatia temporária com a Seleção feminina que tem muitos problemas e sem apresentar soluções, sonha com um fortalecimento real da categoria para que a cobrança seja mais justa e menos baseada em apelo emocional ou condições específica, para se tornar permanente nas relações com o futebol nacional. 

              A magoa que tem o torcedor brasileiro com as recentes eliminações e vexames tem chegado ao limite, o processo de orgulho e encantamento esta se perdendo. Deste ponto que vemos o quadro geral da Seleção masculina que tem pressão por títulos, jogar melhor sem olhar o custo como a mudança de comando, imposição de jogadores, distorcer a força dos adversários.
   
              O ódio parece este ponto que a bolha estoura para efeitos ruins, a noção que é um time e que ele pode falhar caracteriza quase um terror que a idealização tem feito ao leigo do futebol, uma figura que expõe um lado da nossa falta de esportividade, um mal que é achar que qualquer seleção é obrigada a vencer seja a categoria ou gênero, fato que é complicado de manejar. 

              O recado final deste texto é que agente tá precisando rever os nossos conceitos em relação a torcida, CBF e outros elementos deste nacionalismo que caminha a uma cegueira irritante. O conceito opostos de amor/ódio esta agindo para construir uma relação que vai ser insuportável daqui um tempo, a incapacidade de olhar para o time e a concorrência mundial seja por arrogância ou desconhecimento nos dois lados dessa moeda(torcida/Seleção) é o problema principal em torno Seleção Brasileira que fica bipolar entre uma ilusão de Melhor do mundo ou time extremamente comum. A realidade é o meio do caminho, ainda somos bons, mas precisamos melhorar com um pouco de humildade e trabalho.  

                       É isso, pessoal 
                       Até a próxima 



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