Culturapop em analise #66: A crise do jornalismo de TV



                                        Olá pessoal

                   O tema de hoje é a crise que beira o jornalismo brasileiro: a velocidade da internet, a crença em fake news, a queda da credibilidade e a onda de programas que trabalham com fatos questionáveis como policiais, debates e a mistura de entretenimento com jornalismo. A safra de novos nomes tem alguns destaques, entretanto o caminho natural tem sido a fuga para outros formatos de entretenimento por a desvalorização da profissão e a perseguição que tem sofrido por redes sociais.

                        A coragem de praticar a atuação forte na investigação, nas seleções de pautas chaves e de gerar opinião que abale as bases populares, eis o sonho de uma reinvenção da mídia como conhecemos por aqui desde o golpismo que começou nos jornais e terminou na opção política. O problema das atuais redações das grandes e tradicionais emissoras é que o discurso anda contaminado demais por direções políticas que se estabeleceram nas posições que ficaram transparentes para favorecer os partidos tradicionais, por exemplo: A globo fazendo lobby para a volta do PSDB e sempre foi crítico ao excesso com o PT ou qualquer partido de esquerda; as concorrentes SBT,Band se esforçaram para abraçar Biroliro para ser visto como queridinho do presidente odiado.

                        O fato é que a boa intenção nunca bastou e que o jogo da mídia é feito por tubarão que engole qualquer peixe menor, disto temos que seguimos as opiniões moldadas na TV como a violência "ideal" que transmitem os sensacionalistas, o ódio seletivo a quem se aponta a pedra como os movimentos sociais e sindicatos e a chamada contra os mesmos atores sociais taxados de antagonismos que marcam a narrativas das manchetes. O que vem manchando a imagem das empresas de telecomunicação é a incoerência que reverberou a mais de uma década e que fez com que as pessoas deixassem de acreditar na produção jornalística, a verdade perdeu o valor para o achismo e as visões que concordem com seu ego.

                     A audiência continua, a problematização vem do boca a boca, os jornais seja de qualquer horário que for tem um esqueleto bem definido e a sua função além de informar é gera um sentimento geral sobre o momento. O povo tem uma visão diferente da realidade do que tenta criar o estandarte televisivo, as pessoas querem acreditar no lunático do presidente e nisso abraçam ir contra a razão que habita no meio jornalístico, as opiniões enviesadas são distrações para o trabalho de construir a ordem social que é importante, por incrível que pareça ir contra a TV neste momento é o maior absurdo que existe por hora.

                 O ponto é que dependemos de formar profissionais que convençam nas palavras, o público que insiste em confiar em teorias da conspiração que são vinculadas via redes sociais, e tivemos a aposta na talentosa Maju Coutinho, a elevação de Renata Vasconcelos, a esperança na Mari Palma, o crescimento de Reinaldo Gottino, Luiz Bacci e outros como a renovação da safra que tem boas opções porém, nenhum tem o perfil de peso e porte para capitalizar uma audiência das grandes capitais contra a serie de problemas da credibilidade e parcialidade que as emissoras passam quando o raio-x popular se aplica no pré e pós eleição de 2014 e 2018.

                      A tormenta ainda vai poder chegar a um patamar maior com o avanço dos fascistas e do combate a verdade a qualquer custo, o modelo ficou datado e a necessidade de hoje é voltar a influenciar as pessoas contra o lado maligno da extrema direita. Entendo os mecanismos que levam ao vício da indústria da noticia e busca por vendas, entretanto vem sendo amassado pelos esquemas de fake news profissionais e da utilização da internet para envenenar as mentes poucos formadas contra a instituição que deve ter respeito que é a mídia televisiva e escrita como o medidor da opinião e cobrança pública que tem sua liberdade diminuída por políticos mal intencionados em tempos sombrios.

                             É isso, pessoal
                             Até a próxima


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