Musica & História: Ritmos Brasileiros, o universo Pt 2


                              Olá pessoal

                O tema de hoje é musica brasileira, vamos continuar a serie com o olhar mais profundo aos ritmos do Nordeste, para além de regionalidade temos o fator de popularidade e distribuição associada a festas como o Carnaval, Festival de verão e jogos da seleção. A lista é longa entre os gêneros na boca do povo até aqueles que tem aspecto cultural e folclórico como seu forte, uma identidade do seu povo, música é mais que um setor de mercado, representação de uma construção de séculos.

                 A primeira unidade da pluralidade de ritmos é a origem Africana, da Bahia que tem a herança da miscigenação forçada até as fronteiras com o meio norte de raízes indígenas e muita influência amazônica. Começando no Axé, expressão da religião Candomblé que tomou o nome de gênero de sucesso nacional com os artistas que mais trabalham durante o ano com eventos típicos que levam milhares a ruas e festas, passando pelo Jongó, carimbó, coco que tem proximidade com as tradições locais e terminando na Lambada, dança que foi febre nos anos 90 e traz consigo as heranças das grandes danças Latinoamericanas. Outros nomes como Samba, pagode tem grande influência porém a explosão deles foi nos morros Cariocas, fugindo do tema que estamos tratando.

                    O segundo fator que une a maioria dos gêneros e danças nordestinas é a proximidade da cultura popular, diferente de movimentos mais artificiais e intelectuais temos que tudo é simbiose de instrumentos e temáticas da realidade comum entre os populares, gerando assim um foco da diversão de cidades interioranas com o seu público cativo e específico. O maior exemplo disso é o Forró (agrega o Xote, Xaxado, Coco e Baião) feito para alegrar o ambiente, dançando coladinho e com o elemento de ser o local de encontro social. Música feita pelo povo para o povo, para dançar ou encontrar alguém.

                     O terceiro modo de unificar a cultura do Nordeste são as marcas registradas: a banda do Candomblé, as apresentações de Frevo, as quadrilhas, o Reggae maranhense, o Brega de rádio entre outros. O grande diferencial do Brasil é ter tantos pequenos países dentro de um território continental e que permite que os ritmos tenham lugar em meio a disputa de espaço que determinam diversos centro culturais independentes que somam o valor humano de cada Estado e Município.

                   A linguagem é o ponto principal, a característica do sotaque como as palavras consagradas em versos clássicos tem a irreverência do nordestino, criando um jeito diferente de fazer música de massa. A identidade se mantém em cada ritmo, seja a face folclórica ou a face comercial de falar de amor ao que acontece na cidade, e deste modo entender completamente um hit vindo da região é mergulhar nos termos que saem da religião, de apelidos carinhosos e de variações do vocabulário geral que acontecem naturalmente num pais tão grande. 

                        Duas exceções da lista até agora, Tropicália e Mangue beat tem aspectos políticos, contestador e de muito sucesso com artistas consagrados até hoje. Existe música para dançar e outra feita para algo mais, disso sai o trabalho dos artistas tropicalistas que inovaram em muitas técnicas e da mistura quente que fez Chico Science e a Nação Zumbi e seus companheiros de cena. Deixaram saudade do momento, a genialidade numa explosão curta de revolta contra a Ditadura e a crise dos anos 90 frente a globalização. 

                         É isso, pessoal
                        Até a próxima
 

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