Culturapop em analise #78 : As demandas da pós pandemia - lives do Cazé, tik tok, Podcast e a velocidade.

 


               Olá pessoal, tudo bem?

         Retomando um quadro que é muito importante, o cultura pop sempre falou de atualidades, e agora o que não falta é coisa para repercutir desde a Twitch, BBB, novos filmes e series e a leitura deste momento que se encaminha o fim de uma longa pandemia. Falaremos de 22 passando pelo fenômeno do streaming, Casimiro Miguel, a rede de dancinhas e trends - Tik Tok - , o mundo dos podcasts e a treta da aceleração do caos na internet.

           Bem, a quem dizer que desde 2019 para cá não foi uma loucura, esta completamente alienada da vida seja real ou virtual. O tempo em casa apresentou muita gente a plataforma Twitch que antes era só um grande local para assistir pessoas jogando e em algum momento se expandiu para um universo do entretenimento, conteúdo adulto, esporte, transmissão de eventos fora do mundo gamer, booktube e outros. O espírito  de comunidade é o que prende mais criadores a estar mais presente ao vivo do que criando para youtube, facebook e twitter, entretanto tem o seu porém de ser  pouco rentável a pessoas que dividem seu tempo e não podem bater as metas mensais.

        Neste contexto, apresentamos quem anda dominando a audiência dos nerdolas - nome do grupo de fãs, seguidores e apoiadores - , Cazé que era um funcionário comum do EI(Esporte Interativo) e fazia conteúdo para o youtube no EI Games e especializado em FIFA,  com o fim do EI e a migração para TNT  Sports  surge a importância da Twitch e assumindo o papel de apresentador – que também repetiu no SBT -  e quando entra em pandemia faz lives todos os dias e se torna um dos maiores da plataforma sem quase nunca ser um gamer: reagindo a conteúdo, criando séries de conteúdo e interagindo com seu público.

           O estilo do streamer que abraça o estilo de vida do jovem desta geração, conteúdo ao vivo com humor e que qualquer vídeo pode ser uma fonte imensa de Meme e entretenimento por horas e horas sem fim.  Os números se multiplicaram de forma gigante e isso criou um modelo a se seguir que não é copiar, mas abraçar o react, conteúdo fora da curva como xracing, gols da rodada, apartamentos de luxo, lancheiras para crianças e etc. Entender que diferente de um processo montado numa forma como em tempos passados, este modelo é democrático e permitiu a ascensão do Casimiro e outros de forma orgânica a manter 15 mil pessoas vendo coisas banais e isso  ser divertido.  

         O segundo ponto neste itinerário de revisão da pandemia, os aplicativos de vídeos curto, quase Curtíssimos, o mais famoso deles é o Tik Tok que tem a concorrência do Kwai e outras versões locais do mesmo modus operandi. É nessa visão de mundo nova que a comunicação se faz num vídeo de 30 segundos, uma edição rápida que nem sempre se vocaliza, as vezes fica escrito na tela e por vezes, se faz com uma dancinha para representar seja lá o que for. A exceção é que muita gente faz conteúdo bom e informativo para a rede de vídeos para adolescentes, usando criatividade e bom humor para tentar ensinar, divertir e militar num espaço que é feito para eles e por eles.

            A revolução do aplicativo Tik Tok é a forma de se expressar mudou, tem que ser rápido e caber no tempo do jovem, diferente de mim e você que temos mais de 25 e já é um adulto e precisa se focar em outras coisas do que aprender uma linguagem que não é da sua geração. Vídeos ou documentários longos para entender de um assunto não fazem parte da rotina de quem vive com o aparelho na mão e consumindo tudo em alta velocidade: seja a relação interpessoal que é medida na disponibilidade no Whatsapp ou a dificuldade de concentração em coisas que durem mais de 2 minutos, a ansiedade de cobrir maior terreno possível sem perder tempo. Isso é não afirmar que são um bando de idiotas, são pessoas que tem codificar as informações da vida em uma leitura muito rápida e pouco aprofundada, é diferente e terão que lidar com as consequências disso em breve.

          Na contramão disso temos os podcasts, programas online em áudio e imagem que são similares ao rádio, tem a função de entreter pela duração ou qualidade da conversa que é exposta por ali, seja o próprio Flow que apesar dos acontecimentos continua gigante e seus concorrentes como Podpah, inteligência ltda, Venus, Poddelas e etc. Sendo justo que muito podcaster tem um conteúdo rápido(15 min) ou médio (1 hora) que é bom e informativo, além disso não é uma obrigação ter horas e horas, isso é um modelo que os maiores podcasts tomaram para si para construir seu conteúdo nas plataformas de áudio.

         O sucesso do formato é exportado, sucesso nos Estados Unidos e outros países influenciaram na ideia que se criou aqui sobre como fazer um papo, com grandes manchetes e com uma duração longa. O importante é que se tem um público agora que é fiel, mesmo que a grana migre para outro tipo de programa no futuro, vai continuar tendo uma audiência razoável dentro da internet.

         Afinal sabe qual o ponto de ligação em todos esses temas é que a noção das coisas vai se medir através da velocidade de disseminação que a informação toma: o Cazé se tornou muito conhecido por cortes do seu conteúdo ilegais, depois criou o seu próprio canal de cortes e desta mesma forma o podcast se faz presente em outras plataformas sendo cortados em trechos de 30s, 1min e até 10 minutos. O que nos leva ao Tik Tok que tem um fator de reprodução infinita de todo o tipo de material, as dancinhas fazem partes das suas trends, em outras palavras: modas, tendências que são imitadas e no final é que cada vídeo de 30 segundos se consomem mais de 3, 4 horas diárias.   

         Como eu penso, estamos na era do rápido e descartável, a dinâmica vai ser como entregar em tempo cada vez mais curto: um produto que prenda seu espectador e isso faz com que seja cada vez mais mastigado e preparado antes ao público final.

              É isso, pessoal 

              Até a próxima 

   




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