História pra contar #3 : Capitulo 3 - O Encontro
Olá pessoal
Hoje continua a história de litinho, o capitulo 3 vem chegando para aprofundar mais a trama envolvendo o nosso protagonista e sua relações familiares com outras muitas complicações. O que será que vai acontecer agora, meus caros leitores ?
Leia os capítulos anteriores :
Capítulo 1 : https://goo.gl/MU26P3
Capítulo 2 : https://goo.gl/BM9JRm
Capítulo 3 - O Encontro
QVIS ES TV* - Quem é você em Latim
— QVIS ES TV? Reginaldo? QVIS ES TV?
— Calhorda! Mequetrefe! SAFARDANA!!!
— QVIS ES TV? Reginaldo? QVIS ES TV???
— Eu não sei, Assombração. Eu já fui alguém, mas hoje não! Deixei para trás tudo aquilo que me alegrava e, por ser canalha, fugi do meu destino. Por medo e por receio perdi tudo o que carecia e, hoje, minha vida vaga numa solidão tamanha. Numa solidão descabida, numa vida sem anseio, sem candura, tenho só sofreguidão. Tudo é demasiado escasso. O sol, o título, o honorário. Para quê? Se por culpa maturada tenho a ferida que não estanca, se por culpa maturada tenho essa dor que me corrói, que me arranca, desmiola o juízo e que me tira cedo o sossego. De que me adianta ser letrado? De que me adianta ser fidalgo? De que me adianta existir?
—QVIS ES TV? Reginaldo? QVIS ES TV?
—UM CRETINO! UM INFELIZ! É ISSO QUE SOU!
—QVIS ES TV?
— Eu sei que eu o mereço, Assombração. Eu sei e pago o preço! Porém eu não sabia que ia acontecer...
— E por que nós usamos máscaras, Reginaldo? Qual o motivo de nos escondermos? Às vezes penso que as coisas seriam mais fáceis se nós nos aceitássemos como realmente somos. Mas...Temos a ciência do que realmente somos, Reginaldo? Que o tamanho de nossa luz é proporcional a nossa sombra? Não! Por este motivo que vivemos cheios de indagações e, muitas das vezes, para não dizer todas, creio que nem sabemos sequer quais perguntas fazer. Mas se te serve de consolo, eu também sinto. Mas assim como eu sinto, confirmo: Outras pessoas também sentem. - mesmo que ignorando este fato - Sentem algo dentro de si. Como uma força, um impulso, algo que sempre lhes visite para lhes recordar de um estado adormecido, uma latência, algo do fundo do âmago que lhes mostre de maneira crua e sincera a pergunta matriz de sua existência, uma espécie de incomodo perpétuo, um alarme da semiconsciência que os faça refletir sobre o que realmente somos.
— É confuso, Assombração... Esse fenômeno em meu peito... Coração castigado, perdido, insatisfeito. Gostaria de detalhar sem retalhar essa sensação do meu âmago ferido. De maneira simples, de prontidão. De modo a aproximar o meu semelhante reconhecendo-o pelo semblante. Às vezes me sinto triste, melancólico, feliz, com ódio... Mas perceba: Quantas vezes escondi o que sentia? Quantas vezes e por quantos motivos desistia? Fazemos tantas estripulias, mas a que preço?
— Calhorda! Mequetrefe! SAFARDANA!!!
— QVIS ES TV? Reginaldo? QVIS ES TV???
— Eu não sei, Assombração. Eu já fui alguém, mas hoje não! Deixei para trás tudo aquilo que me alegrava e, por ser canalha, fugi do meu destino. Por medo e por receio perdi tudo o que carecia e, hoje, minha vida vaga numa solidão tamanha. Numa solidão descabida, numa vida sem anseio, sem candura, tenho só sofreguidão. Tudo é demasiado escasso. O sol, o título, o honorário. Para quê? Se por culpa maturada tenho a ferida que não estanca, se por culpa maturada tenho essa dor que me corrói, que me arranca, desmiola o juízo e que me tira cedo o sossego. De que me adianta ser letrado? De que me adianta ser fidalgo? De que me adianta existir?
—QVIS ES TV? Reginaldo? QVIS ES TV?
—UM CRETINO! UM INFELIZ! É ISSO QUE SOU!
—QVIS ES TV?
— Eu sei que eu o mereço, Assombração. Eu sei e pago o preço! Porém eu não sabia que ia acontecer...
— E por que nós usamos máscaras, Reginaldo? Qual o motivo de nos escondermos? Às vezes penso que as coisas seriam mais fáceis se nós nos aceitássemos como realmente somos. Mas...Temos a ciência do que realmente somos, Reginaldo? Que o tamanho de nossa luz é proporcional a nossa sombra? Não! Por este motivo que vivemos cheios de indagações e, muitas das vezes, para não dizer todas, creio que nem sabemos sequer quais perguntas fazer. Mas se te serve de consolo, eu também sinto. Mas assim como eu sinto, confirmo: Outras pessoas também sentem. - mesmo que ignorando este fato - Sentem algo dentro de si. Como uma força, um impulso, algo que sempre lhes visite para lhes recordar de um estado adormecido, uma latência, algo do fundo do âmago que lhes mostre de maneira crua e sincera a pergunta matriz de sua existência, uma espécie de incomodo perpétuo, um alarme da semiconsciência que os faça refletir sobre o que realmente somos.
— É confuso, Assombração... Esse fenômeno em meu peito... Coração castigado, perdido, insatisfeito. Gostaria de detalhar sem retalhar essa sensação do meu âmago ferido. De maneira simples, de prontidão. De modo a aproximar o meu semelhante reconhecendo-o pelo semblante. Às vezes me sinto triste, melancólico, feliz, com ódio... Mas perceba: Quantas vezes escondi o que sentia? Quantas vezes e por quantos motivos desistia? Fazemos tantas estripulias, mas a que preço?
— Então é isso que te incomoda,
Reginaldo?
— Não apenas, Assombração. Eu às vezes me sinto mal e mau. Sei que existem dentro de mim facetas de dois pesos e duas medidas. Busco o equilíbrio, mas em alguns pontos a balança pesa mais para um lado. Me sinto ébrio, desvirtuado. Com os preceitos arraigados dentro de mim, as convenções sociais, os preconceitos de mim, as dúvidas, soberbas, tudo isso enfim. Mesclados à virtude, com o dócil, a temperança e o que julgo ser a representação do bom. A bonança da alma para mim é a esperança, mas ela me cansa e assim a deixei partir. Eu posso ser bom e mau ao mesmo tempo e vice e versa. Essas coisas sempre me fizeram refletir. Elas transbordam dentro de mim como uma chaleira com água fervente. E eu não sei, triste mente, o que fazer com esse conteúdo. Ele fica preso dentro da garganta num nó apertado e nunca tem vazão transformando-se em lodo. Até porque não sei também qual o modo de fazê-lo. Nunca aprendi. É um constante martírio. Vivo a remoer meus demônios e munias. Flagelo-me, mas nunca exponho minhas cicatrizes. Acho que isso também tem a ver com as máscaras. E além do mais...
— Não apenas, Assombração. Eu às vezes me sinto mal e mau. Sei que existem dentro de mim facetas de dois pesos e duas medidas. Busco o equilíbrio, mas em alguns pontos a balança pesa mais para um lado. Me sinto ébrio, desvirtuado. Com os preceitos arraigados dentro de mim, as convenções sociais, os preconceitos de mim, as dúvidas, soberbas, tudo isso enfim. Mesclados à virtude, com o dócil, a temperança e o que julgo ser a representação do bom. A bonança da alma para mim é a esperança, mas ela me cansa e assim a deixei partir. Eu posso ser bom e mau ao mesmo tempo e vice e versa. Essas coisas sempre me fizeram refletir. Elas transbordam dentro de mim como uma chaleira com água fervente. E eu não sei, triste mente, o que fazer com esse conteúdo. Ele fica preso dentro da garganta num nó apertado e nunca tem vazão transformando-se em lodo. Até porque não sei também qual o modo de fazê-lo. Nunca aprendi. É um constante martírio. Vivo a remoer meus demônios e munias. Flagelo-me, mas nunca exponho minhas cicatrizes. Acho que isso também tem a ver com as máscaras. E além do mais...
— QVIS ES TV? Reginaldo? QVIS
ES TV?
— E além do mais, camarada... Não quero que mexam na minha dor. Ela é minha e ao mesmo tempo que sinto vergonha e repudio, a quero para mim. Quero mais que tudo. Sinto a necessidade de estar sempre ligado a ela. É uma velha conhecida. Incomoda-me, mas sempre esteve aqui...
— QVIS ES TV? Reginaldo? QVIS ES TV?
— Tenho medo de perdê-la e ficar sem ninguém. Ao mesmo tempo em que detesto, lhe tenho apreço. Que dualidade. Já pensei em viver sem ela. Ela pesa. Acho que seria mais confortável, porém eu me sentiria menos completo. Ela faz parte de mim. Já faz parte do meu corpo, Assombração, e não sei como seria sem esse peso. Entende? Você consegue me compreender?
— QVIS ES TV? Reginaldo? QVIS ES TV?
— VOCÊ ACHA REALMENTE POSSÍVEL VIVER EM PAZ CONOSCO?
— QVIS ES TV?
— VOCÊ...
— QVIS ES TV?
— NESTE MEIO AGRESSIVO ONDE OS PRÓPRIOS DE SANGUE SE MALTRATAM?
— QVIS ES TV?
— E além do mais, camarada... Não quero que mexam na minha dor. Ela é minha e ao mesmo tempo que sinto vergonha e repudio, a quero para mim. Quero mais que tudo. Sinto a necessidade de estar sempre ligado a ela. É uma velha conhecida. Incomoda-me, mas sempre esteve aqui...
— QVIS ES TV? Reginaldo? QVIS ES TV?
— Tenho medo de perdê-la e ficar sem ninguém. Ao mesmo tempo em que detesto, lhe tenho apreço. Que dualidade. Já pensei em viver sem ela. Ela pesa. Acho que seria mais confortável, porém eu me sentiria menos completo. Ela faz parte de mim. Já faz parte do meu corpo, Assombração, e não sei como seria sem esse peso. Entende? Você consegue me compreender?
— QVIS ES TV? Reginaldo? QVIS ES TV?
— VOCÊ ACHA REALMENTE POSSÍVEL VIVER EM PAZ CONOSCO?
— QVIS ES TV?
— VOCÊ...
— QVIS ES TV?
— NESTE MEIO AGRESSIVO ONDE OS PRÓPRIOS DE SANGUE SE MALTRATAM?
— QVIS ES TV?
— Quanta pena sinto do messias. É
impossível viver em paz conosco. Não sabemos como fazer. Sempre arrumaremos
pretexto para disseminar o caos. Somos partículas do caos. Dele nascemos e dele
fazemos modelo. Sempre foi assim e sempre será. Não me dá credito, Assombração?
Olhe a sua volta e me diga o que vê! Guerras, pessoas se maltratando, discursos
de ódio, ataques de todos os jeitos. O homem ainda carrega dentro de si o gene
da sobrevivência. Apesar de ter superado o meio ele ainda acredita precisar
sobreviver. Nos tempos primórdios isto era necessário. Era seu mecanismo de
defesa, mas hoje, Assombração, a sobrevivência é uma opção. Nós temos condições
de VIVER! Poderíamos todos VIVER em paz se quiséssemos, mas não é isso que o
queremos. Dê ao homem a paz e ele fará guerra. Por isso as máscaras são
necessárias, Assombração. Precisamos a todo o momento nos esconder. Esconder o
que somos para que possamos sobreviver. Não podemos deixar aflorar aquilo que
temos dentro de nós, pois a única coisa que temos de melhor é o mau. É nisso
que eu acredito. A capacidade do bem é inferior se comparada com o potencial
catastrófico que existe dentro de nós. Nossas células, nosso corpo, nossa
mente. Tudo uma perfeita demonstração do caos. O que tentamos fazer é ordená-los.
Sempre. Para que não fuja do controle.
— Como fugistes de sua responsabilidade, Reginaldo? Matando aquilo que mais amava? O amor que sucumbiu ao externo e que lhe tirou desta vida sua amada e seu filho? QVIS ES TV?
— Eu não queria. Eu juro que não queria. Eu juro, eu juro eu juro...
— QVIS ES TV?
— Eu jur..
— Como fugistes de sua responsabilidade, Reginaldo? Matando aquilo que mais amava? O amor que sucumbiu ao externo e que lhe tirou desta vida sua amada e seu filho? QVIS ES TV?
— Eu não queria. Eu juro que não queria. Eu juro, eu juro eu juro...
— QVIS ES TV?
— Eu jur..
— QVIS ES TV? Reginaldo? QVIS
ES TV?
— Eu não sei, eu não sei.
— QVIS ES TV?
— Eu não sei, Assombração.
— QVIS ES TV?
— EU NÃO SEI!
— Você, Reginaldo. Você sou eu.
— Eu não sei, eu não sei.
— QVIS ES TV?
— Eu não sei, Assombração.
— QVIS ES TV?
— EU NÃO SEI!
— Você, Reginaldo. Você sou eu.
Marcelo Oliveira
Continua no próximo capítulo...
É isso, pessoal
Até a próxima
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