Histórias pra contar #14: apresentando " O trato" por Erick Miyoshi

        

          Olá pessoal 

           O texto que vamos apresentar hoje é chamado: O trato, escrito por mim há alguns anos e em breve retomado para ser publicado na integra futuramente. A história trata de um casal que tem sua história entrelaçada pela loucura da cidade e o amor que é como um trato de duas pessoas se gostarem e decidirem ficar juntas. 

       O trato ( um pequeno spoiler dele)  


     

1. Trato :
      1. Modo de tratar algo ou alguém
      2. Acordo, contrato
      3. Modo de agir


     Essa é uma historia de duas pessoas que se acharam por acaso neste mundo tão cheio de gente e cada vez mais solitário.  Andamos por ai, procurando por algo que nunca vem e quando aparece é algo que não se pode deixar escapar, estamos falando da chave que encaixa na fechadura, aquele alguém que te completa tua existência.  Nessa busca estavam Ramon, 25, um técnico de informática, solitário e Ana Cláudia, 20, vivia de amores efêmeros, trabalha num escritório de advocacia, vivia no caos de sua mente perturbada em meio à ordem de advogados. 

      Ele /Ela

    A vida deles era bem diferente, ela trabalhando num centro mais importante da cidade de São Paulo, Avenida Paulista e seu ritmo insano, todo dia ali a viver com pessoas que não compreendia a ganância e a gana por todas as horas extras. De certo a loucura dela combinava com aquele lugar que pouco descansa, vivendo aquela constante movimento seja dos engravatados e moças engomadas e para depois, a juventude que ali toma o espaço que com os artistas de ruas fazem a avenida brilhar, no contraste dos mendigos e hippies que ali se ambientaram. Eis essa a rotina desta moça que via de tudo, mas sentia pouco daquilo que o lugar te oferecia , era casa - trabalho e ficava nisso, isso quando não levava o mais trampo para casa e isso nisso se atolava. 
     Na sua cabeça, passava muitos planos que outrora achava que alcançaria quando chegasse à vida adulta, conhecer o mundo tipo viajar a vários lugares, ser cidadã do mundo, mas estagnou-se quando foi a São Paulo crescer na vida. Ela menina do interior, vinda de Salto – SP, tinha mentalidade não ingênua, mas pouco conhecia de viver numa metrópole como essa cidade é gigante e complexa, talvez complexada demais, pois Ana Cláudia morava na Pompeia próximo do centro, se acostumara com a calmaria da Rua Padre Chico nas poucas horas que lhe sobrava do dia.  Acordava cedo, trabalhava no horário comercial e ao cair da noite quando a cidade corria tinha o hábito de encontrar um canto calmo como uma cafeteria, biblioteca ou livraria para estudar, ler os livros que eram sua escapatória do mundo e até refletir mesmo que não conseguisse entender o que lhe passava.
     Formada em direito por uma faculdade da região, encontrara vaga no centro de Sp por mérito, enquanto trabalhava, ninguém tinha nada a reclamar, pois chegava cedo e fazia tudo certo, mas também por aparência: cabelos escuros, olhos claros, cor de mel, pele clara, mas um pouco bronzeada, tinha um corpo bem equilibrado ao longo dos seus 1,65 e 60 kg. Não achava que causava inveja, mas era umas das mais bonitas daquele escritório, se fazia invisível aos olhos dos homens, porém quando os pegava colocava num feitiço por aquele mistério, logo se desfaziam e vivia de amores efêmeros como João Carlos, Guilherme, Mario, Ronaldo e etc. Vivia ao trabalho e pouco se ligava em si mesma.  Pensava pouco em si, se deixava levar pelo vento e o que o acaso lhe trouxesse e realmente vivia nas nuvens e no seu próprio caos.
       A vida dele era assim, monótona, numa sala de manutenção de maquinas entre maquinas iguais a ele, tinha se tornado parte daquilo que o envolvia .  Naquele cenário passava o dia que no pouco serviço da assistência técnica perto do Tatuapé , perto de sua casa na vila carrão , um pequeno apartamento que lhe cabia e sua vidinha pacata . De todas as pequenas coisas que teve , nunca questionou apenas aceitou pois tudo lhe foi prático , foi onde cresceu , fez os cursos que hoje dão o sustento para o pão de cada dia  .
        Ele era uma pessoa obvia , quadrada , metódica ou seja só . Tinha orgulho de manter tudo sobre controle , vivia incomodado naquela situação no fundo mas não tinha energia para sair daquilo .  É engraçado mas quando menos esperava o acaso veio lhe trazer algumas novidades naqueles dias como um estranho aumento do movimento da loja e várias coisas do seu passado ressurgiram do nada  como se viessem para resgatar alguém que ficou para trás , a si mesmo , trazer  a ele , a juventude que um dia tive mas se perdeu na mecanização e em sua rotina . 

   Por Erick Miyoshi 

     É isso, pessoal 
    Até a próxima  
 

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