História & música: As faces do funk
Olá pessoal
O tema de hoje é falar sobre os tipos variados de funk que existem, o gênero ganhou muita projeção nos últimos anos porém tem uma história de décadas com uma relação comunitária que vai além do impacto em paredões e paradas musicais. Vamos apresentar um pouco da história recente do som brasileiro que veio inspirados dos EUA.
A sua origem é um processo misto de cópia e necessidade de reinventar o entretenimento dentro da ditadura civil militar, movimento gerado por negros e naturalmente associado a favela como contexto social. Transcrevo abaixo um trecho que explica melhor essa fase:
" O funk nem sempre foi como conhecemos hoje em dia. Inicialmente derivado da soul music – gênero musical inspirado no Rhythm and blues e no gospel dos EUA, entre o fim dos anos 1950 e início dos anos 1960, especialmente entre os negros – o gênero, com o passar dos anos, sofreu diversas transformações.
Trazido para o Brasil no final dos anos 1970, os primeiros bailes funks eram realizados na Zona Sul do Rio de Janeiro (área
nobre da cidade). Apenas com o crescimento da MPB e do uso do “Canecão”
– local onde os bailes aconteciam – para shows desse gênero que os
“Bailes da Pesada” começaram a adentrar o subúrbio. Esses encontros
aconteciam semanalmente, mas em clubes diferentes, como descritos na
obra “DJ Malboro no funk”, de Suzana Macedo. No final dessa mesma década, com a imprensa descobrindo o funk, ele começa a se espalhar por todo o país. Trata-se da popularização de um movimento que, até então, era produzido na periferia e para a periferia.
Já nos anos 1980, a ideia que dominava o funk no Brasil era o Miami bass. Gênero similar ao eletro e que possui batidas comandadas pelo DJ, porém, com letras em inglês. Como podemos perceber, o funk em nosso país ainda era predominantemente estadunidense. Mas como ele se tornou o que conhecemos?
Fernando Luís Mattos da Matta, conhecido como DJ Marlboro, foi o principal responsável por fazer o gênero se tornar o que é hoje. Ele quem introduziu a bateria eletrônica no gênero musical, recurso esse que perdura até os dias atuais.
No final da década de 1980, o DJ lança seu primeiro disco, intitulado “Funk Brasil”. Dali em diante, a maioria das produções no país eram inteiramente nacionais, desde a batida até as letras. Foi a chamada fase de consolidação do funk." - Inara Chagas/ Politize
https://www.politize.com.br/funk-no-brasil-e-polemicas/
O seu processo de naturalização teve a criação de tantas variantes nos últimos 20 anos que a extensão tanto de público como de crítica escrita e digital. Vamos listar aqui os movimentos que fizeram sucesso, na ordem: Melody, Carioca, Ostentação, consciente, proibidão, Pop, 150 BPM, Brega funk.
Já nos anos 1980, a ideia que dominava o funk no Brasil era o Miami bass. Gênero similar ao eletro e que possui batidas comandadas pelo DJ, porém, com letras em inglês. Como podemos perceber, o funk em nosso país ainda era predominantemente estadunidense. Mas como ele se tornou o que conhecemos?
Fernando Luís Mattos da Matta, conhecido como DJ Marlboro, foi o principal responsável por fazer o gênero se tornar o que é hoje. Ele quem introduziu a bateria eletrônica no gênero musical, recurso esse que perdura até os dias atuais.
No final da década de 1980, o DJ lança seu primeiro disco, intitulado “Funk Brasil”. Dali em diante, a maioria das produções no país eram inteiramente nacionais, desde a batida até as letras. Foi a chamada fase de consolidação do funk." - Inara Chagas/ Politize
https://www.politize.com.br/funk-no-brasil-e-polemicas/
O seu processo de naturalização teve a criação de tantas variantes nos últimos 20 anos que a extensão tanto de público como de crítica escrita e digital. Vamos listar aqui os movimentos que fizeram sucesso, na ordem: Melody, Carioca, Ostentação, consciente, proibidão, Pop, 150 BPM, Brega funk.
- Melody: +/- 1990: Ainda sobre as bases das influências norte americanas do Miami Bass e Funk anos 70, começou o momento que sobre a batuta dos DJ's cariocas como o DJ Malboro, a identidade de criar algo nacional com batidas e ideia própria com os clássicos que estão na memória das pessoas que tem hoje 30, 40 anos. Destaque: DJ Malboro, MC Marcinho, Claudinho & buchecha
- Carioca: Anos 2000: O som do morro com os batidões e o som feito para animar os bailes, ainda como algo exclusivo da periferia, a sociedade teve noção que a favela produzia um som diferente do Rap com uma pegada de lazer e falando de si mesmo com os alegrias e tristezas de viver na favela. Destaque: MC Catra, Tati Quebra Barraco, Valesca popozuda
- Ostentação +/- 2012: O funk paulista teve seu apogeu quando a baixada e o talento da leste começaram a produzir um som que falava do progresso financeiro que fez parte do contexto social, refletindo o som que bombava no Hip Hop norte americano, o sucesso comercial foi um ponto importante da popularização que chegou em outras esferas sociais, o funk se tornou "Playboy" e conquistou as patricinhas. Destaques: MC Guimê, Leo da baixada
- Consciente - década de 10: O som mais politizado, pensativo em relação a sociedade sem perder a estética de som de festa. As fases mais populares sempre tiveram seus exemplos de bons letristas que falam em versos sobre o mundo deles.
- Proibidão +/- 2010: A relação intrínseca entre dinheiro da favela e os dominantes do território sempre teve faz com que existir o proibidão é algo justificável, a policia reprime e o governo ignora dai vem o PCC e o CV fazem a sua parte. O sub gênero fez sucesso entre os "menor" por um bom tempo nos bailes e só foi se apagando com a morte de mais de um MC que teve ligações com problemas de drogas e polícias jogados ao ar. Destaques: Mc daleste, Felipe Boladão
- Pop: O verdadeiro estouro de Hits e da popularidade foi quando uma tal de Anitta, recém saída da Furacão 2000, conseguiu ascensão de popstar para a TV rebolando a sua raba e conquistando o Brasil com "Show das poderosas" e dai para frente com "Bang" e muito mais, movimento que revelou muitas outras na sequência. Destaques: Anitta, Ludmilla e Lexa
- 150 BPM - 2017: O Funk vive de novidade e com a batida acelerada acompanhado da nova geração chegando de Minas e alguns artistas do Rio temos a reinvenção do som e o sucesso que contagiou todo mundo, donos dos maiores hits dos últimos 3 anos. Destaques: DJ RD, Rennan da penha
- BregaFunk: +/- 2018: Resultado da fusão entre o clássico nacional, o brega e a batida dos DJ's do Funk temos o surgimento de hits de pouca produção e muitos dançantes de fora do Rio e uma nova identidade visual. Do sucesso da MC Loma e até o "Tudo ok" do trio Thiaguinho MT, JS, o mão de ouro e Mila em 2020. Destaques: MC Loma,
- Anime Funk: Juntar duas coisas que jovens gostam no Brasil deu muito certo para o MC Maha que fez suas versões de universo de Konoha e outros com humor e safadeza, sucesso do youtube e que com certeza alavancaram a sua carreira para muito longe. Destaque MC Maha, procurem no youtube
Até a próxima
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