Música & historia: As nuances do brega
Olá pessoal
O tema de hoje é falar sobre um ritmo popular, que constrói a alma popular que esta presente na música que toca em rádios e faz dançar a maior parte do povo. O Brega para alguns é exceção e para outros é a regra, pois é romântico com intensidade com uma batidinha que te vicia ou lenta narrando o amor que todos já viram ou vão acabar vendo.
" Não se sabe ao certo a origem musical do “brega”. Críticos apontam alguns precursores do “estilo” em cantores das décadas de 1940 e 1950, que seguiam, através do bolero e do samba-canção, uma temática mais “romântica”. Entre os quais, Orlando Dias, Carlos Alberto e Cauby Peixoto. E com ele continuamos nossa viagem. "
Abaixo uns trechos que explicam a história da música brega:
" Não se sabe ao certo a origem musical do “brega”. Críticos apontam alguns precursores do “estilo” em cantores das décadas de 1940 e 1950, que seguiam, através do bolero e do samba-canção, uma temática mais “romântica”. Entre os quais, Orlando Dias, Carlos Alberto e Cauby Peixoto. E com ele continuamos nossa viagem. "
"Em princípio da década de 1970, acentuava-se as estilizações dentro da
música brasileira. O meio musical predominante definia os nomes da
chamada MPB, gênero cada vez mais distante de outras vertentes populares
da música brasileira, como o samba, a música caipira, além do rock
feito no Brasil e da música romântica, já com ares de sertanejo moderno.
João Mineiro e Marciano são exemplos desta música."
" A música brega também teve seu momento de humor com grandes destaques
para os sucessos de Falcão e Os Mamonas Assassinas que monopolizaram o
país. Para a maioria dos artistas brasileiros românticos populares,
mesmo que grandes vendedores no mercado fonográfico brasileiro, sobrava a
alcunha nada positiva de “cafona”. O termo passou a estigmatizar
artistas como Paulo Sérgio, Altemar Dutra, Odair José, Reginaldo
Rossi e Waldick Soriano, dentro do amplo leque da música brasileira. O
rei do chamado brega… Waldick Soriano em a Dama de Vermelho !"
" A escolha das palavras e o significado que é dado a elas tornam os
enunciados mostras de julgamentos de gostos que rebaixam um determinado
gênero musical. Nos discursos da crítica, a música “romântica” é
representada como algo da ordem da inferioridade, “como se a produção
musical desta geração de cantores/compositores não tivesse nada a ver
com a nossa realidade social. Grande exemplo, um dos maiores sucessos de
vendas e execuções em radio, é Amado Batista, que é sucesso de norte a
sul do país com suas músicas que falam das carências e problemas da
maioria do povo brasileiro. Música sempre música, seja qual for sua
vertente sempre terá que andar de braços dados com o povo. E a chamada
música brega sem duvida é uma paixão nacional.
Preconceitos a parte, a música chamada brega conseguiu sobreviver e ser
mais popular do que nunca, tornando-se um elo importante entre artistas e
grande parte da população brasileira que canta uma realidade que nem
sempre conhecemos. Exemplo maior é Odair José que é reconhecido como um dos mais populares artistas do gênero."
Vamos a outras vertentes:
Tecnobrega
" Embora ainda
majoritariamente desconhecidos pela grande mídia em 1970, os cantores da
música brega começaram a se apresentar por vários estados do Brasil. Em
Belém, o movimento se fortaleceu com o aparecimento de novos talentos
na cena local. Entre as gravadoras que protagonizaram a produção musical
na década de 1980, no Pará, estão a Studio M Produções e Studio
Digitape.
Paralelo ao
investimento das gravadoras locais na música brega, iniciou-se um
movimento por parte de alguns atores locais, liderado em grande parte
pela advogada Silvinha Silva, de instituição da prática de registro das
músicas em editoras e de cobrança e pagamento dos direitos autorais –
iniciativa até então praticamente inexistente nessa cena musical.
Silvinha Silva abriu a editora AR Music e foi a responsável por boa
parte dos registros de composições locais.
A partir daí, o
negócio da música brega e ritmos dela derivados cresceu em ritmo
acelerado. Investiu-se na abertura de novas casas de show, estúdios,
editoras e gravadoras. “(…) Cantores renomados do cenário nacional
passaram a selecionar e gravar músicas de compositores paraenses. A
prova do sucesso do ritmo paraense são as casas noturnas – como A
Pororoca, atualmente a principal e de maior estrutura, a extinta Xodó,
onde o movimento recomeçou nos anos 90, Mauru’s, Kuarup, entre outras –
específicas para o gênero, superlotadas, apenas com atrações locais e a
audiência maciça dos programas de rádio AM e FM e de TV dedicados
somente ao gênero. (…) Tudo isso provando a paixão do povo paraense por
esse ritmo”, exaltou Junior Neves em entrevista à Alessandra Tosta,
antropóloga que realizou uma pesquisa qualitativa sobre o gênero em
Belém."
"A partir dos anos 1990, uma série de reformulações no estilo brega gerou novos gêneros musicais, como o bregacalypso, tecnobrega, cybertecnobrega e bregamelody. Produtos de diferentes inovações musicais, cada uma dessas derivações caracterizou uma época e nasceu da mistura de diversos estilos com o brega tradicional. O bregacalypso surgiu na década de 1990, o tecnobrega entre os anos 2001 e 2003 e, de lá pra cá, vieram os estilos cybertecno e o melody.
Sendo assim, o
tecnobrega nasceu da fusão da música eletrônica com o brega
tradicional. Esse novo estilo musical foi criado longe das gravadoras –
nacionais e locais, grandes ou pequenas – e dos meios de comunicação de
massa – em especial, rádio e televisão. O tecnobrega se expandiu, de
maneira independente, da periferia para toda a região metropolitana de
Belém, da cidade para o estado do Pará, do estado para o Brasil. Hoje em
dia, o estilo já é conhecido internacionalmente: rendeu reportagem no The New York Times e
menção no documentário “Good Copy Bad Copy”, de Andreas Johnsen, Ralf
Christensen e Henrik Moltke. O tecnobrega também vem atravessando uma
outra barreira: a social. O estilo continua tendo apelo popular, mas
cada vez mais está presente em círculos de clubes sofisticados do
circuito bregueiro e até mesmo da música eletrônica. "
"Ao contrário do que se pode pensar, a entrada nos meios de comunicação de massa não foi o que possibilitou o sucesso do circuito tecnobrega. Foi a conquista de um público massivo que fez com que o novo estilo entrasse na pauta destes meios, por televisão, de que não poderiam mais ignorar o fenômeno. A tecnologia foi central na criação do tecnobrega. O estilo surgiu da fusão da música eletrônica com o brega tradicional, acelerando e dando uma roupagem contemporânea ao ritmo paraense. Típica do chamado mundo globalizado, a mistura de características globais com as locais em uma obra artística protagoniza a cena cultural da cidade de Belém hoje. A definição de quem foi o criador do estilo é controversa. Em um cenário onde os artistas sofrem influência das mesmas referências, é bastante possível que os resultados dessas interferências sejam cruzados, semelhantes e influenciados entre si. Assim foi com a bossa nova, o jazz, o rock, o tropicalismo e o samba."
Calypso
"A principal vertente do brega pop é o calypso conhecido no Pará como brega calypso. O ritmo se desevolveu sobretudo na cidade de Belém do Pará devido aos shows e bailes em casas noturnas de periferia e pela divulgação feita pelos vendedores ambulantes da produção dos pequenos músicos locais. o calypso tem pouco vinculo com o calipso caribenho, já que a influência maior é a lambada, carimbó, guitarrada, merengue (que é caribenho), entre outros. Mas, como o próprio Chimbinha disse; …até uma pitada do calipso caribenho…, o estilo leva alguns elementos do calipso caribenho. O nome do grupo e estilo batizado por Joelma, deve-se mais ao uso constante do calipso nos estúdios do Pará na época, acrescentando assim o y."
"O norte do Brasil parece ser mais perto do exterior do que das regiões
sudeste e sul, prova disso é a cena forte de reggae que bomba no
Maranhão. A história é que ondas de rádio do caribe chegavam no estado,
que foi o primeiro estado a conhecer o estilo. Com o calipso não foi
diferente. O estado do Pará iniciou o estilo na década de 90. Aquele
misto de ritmos já era um caldeirão, chegando por aqui ainda se misturou
com forró e carimbo, fugindo demais da música original. O estilo viajou
o país pelo som de Joelma e Chimbinha da banda Calypso."
"O brega calypso em Belém do Pará é a identificação da levada
produzida pelo músico paraense. Possui a sua característica própria.O
músico paraense Manoel Cordeiro define como ritmo paraense originário
do calypso identificado com a dança, também chamada de brega, mas de
origem totalmente paraense, cantada, tocada e dançada com toda a
alegria e a originalidade do paraense’: Particularmente, eu definiria o
nosso bregalypso como o ritmo da Amazônia caribenha pai d’égua demais."
Brega Funk
"Talvez você não saiba, mas o
brega-funk não é um ritmo recente. Ele tem sua origem nos anos 80,
quando seu irmão mais famoso, o funk carioca, já começava a dar seus
primeiros passos. Foi se inspirando nos MCs do Rio de Janeiro que ele
começou a se desenvolver na capital pernambucana.
O
ritmo cresceu e ganhou muita popularidade por todo o Norte e Nordeste.
Só que ele estava destinado a alcançar algo ainda maior. Usando a força
da internet em derrubar barreiras geográficas e o talento de uma jovem
de apenas 15 anos, que apenas se divertia com duas amigas, o brega-funk
foi muito além."
" Como o brega-funk já era um ritmo
consolidado nos estados do Norte e Nordeste e agora o país descobria sua
pegada, querendo provar mais e mais, o sucesso estrondoso foi uma
questão de matemática simples. Outros artistas aproveitaram as portas
abertas e entraram fazendo barulho.
Aldair
Playboy, MC Bruninho, Dadá Boladão, Troinha, Tocha… Se você conhece
qualquer um deles, sabe o sucesso que estão fazendo. Se não conhece,
deve conhecer pelo menos seus hits. As milhões de visualizações nos
clipes e os shows lotados não nos deixam mentir, o batidão nordestino
chegou para ficar."
"O brega-funk conquistou o país,
marcou seu lugar no cenário musical e, assim como um dia fez a
Tropicália, sacudiu a música brasileira. Foi um dos 5 gêneros que mais
cresceu no Spotify em 2018. Por isso, vários artistas de outras
vertentes do funk carioca e paulista, ou até do próprio sertanejo, hoje
bebem na sua fonte para inspirar novos trabalhos.
Isto
só mostra a força do ritmo, que engrandece a nossa gama musical e gera
novas possibilidades. Afinal, a música é viva e depende de novos
temperos para continuar criando histórias que representem as pessoas que
cantam, ouvem e gostam."
É isso, pessoal
Até a próxima
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