Musica & história: o fator brasil no mercado fonográfico

 

                Olá pessoal 

           O tema de hoje é a música no Brasil, um centro extremamente criativo de ritmos e instrumentos sofre com o fator exportação de hits e mercado externo. Terra de grandes talento reconhecidos ao redor do globo, o que bomba aqui tem pouca chance de quebrar a barreira da língua e se tornar um hit mundial, longe de ser um demérito mas, é um problema histórico. 

       A raiz de uma africanidade mesclada a tons indígenas e europeus, essa somatória de fatores tem o cerne principal dos gêneros de maior relevância na história desde o sertanejo, Samba, Axé, Funk e outros são a representação cultural do povo mais simples com a pegada festiva e questionadora feitos para dançar e cantar. A tentativa muito forte de elitizar sua expressão, temos  MPB, Tropicália, Bossa nova e até a Jovem Guarda como o embranquecimento da imagem do país para que fosse melhor aceito aos ouvidos gringos, algo que se teve relevância foi pensando no tal produto exportação que sempre se desejou a burguesia, apreciadores de arte que fica distante do seu público. A musica nacional de raiz sempre teve uma barreira em tentar atravessar oceanos como o único lusófono de um continente e com a comunidade tão pequenas em relação ao seu tamanho. 

          A tradicional faca de dois gumes, a exclusividade dos ritmos daqui nos torna especiais e ao mesmo tempo coloca um teto para os grande artistas Brasileiros que tentam migrar para outras línguas para fugir do paradigma de música exótica e que não tem relevância para paradas de sucessos dos vizinhos latinos. O medo de ficar preso por aqui, resultou na chegada natural de outros ritmos como Hip Hop/Rap, Hardcore, Punk, Rock, Emo e Pop que apesar de boas cópias das versões gringas, seguem com seu retrospecto de construção de público presos a comunidade jovens e de pouco peso internacional. O ponto é que diferente de sua proposta econômica de décadas, o que a cultura produz por estas bandas somente alimenta um mercado interno de música que consome pouco e não garante sustento de ninguém.

         Sintetizando um pouco o que foi dito anteriormente, a produção musical do Brasil é incrível porém, todo o seu peso histórico e social não se reflete em números pois para efeito de comparação parece a dupla Santos e Botafogo, ícones dos anos 60 e 70 que vivem do lastro de um impacto do passado. Os acertos com a geração que emplacou a Bossa Nova, Tropicália e uma efervescente MPB tem hoje a questão de inúmeros mais ritmos de sucesso que não tem o alcance de outrora, falar de um samba atual, pagode, axé ou sertanejo num país que fala inglês ou espanhol é lidar com o desconhecimento do que se faz nas terras tupiniquins. Os lampejos da Lambada, Manguebeat, Funk Carioca e até do eletrônico são os destaques das últimas décadas que ainda provaram que a criatividade de muitos artistas ainda tem valor para chegar além das fronteiras. 

           O modo como a carreira de músico é uma aposta arriscada, os gêneros populares tem seu espaço e condições precárias enquanto a erudição (Orquestra, Bossa Nova e MPB) tem pouco público em relação a um país tão grande e elitizada presença de patrocinadores. A situação é a seguinte, a integração nacional com plateias lotadas ocorre com os sucesso locais que tem barreiras culturais do mercado e até preconceito das pessoas, ao mesmo tempo o que dizem ser "boa música" é só um recorte do produto gringo seja Rock, Heavy Metal e etc, viúvas dos anos de ouro da música Brasileira e o maior grau da Elite com Opera, Música Clássica e etc. 

         A pretensão de emplacar um Hit e mais respeito fora do país trouxe a tona vários projetos de carreira internacional desde as primeiras boybands e Girlbands lançadas, o pop dos anos 2000, funk pop de Anitta, novas caras como Giulia Be e AnaVitória e outros que eu não vou me lembrar. As adaptações de sonoridade, visual e língua são o preço que muitas vezes são pagos para ser notados como alguém que pode ser importante no mercado norte americano, europeu; É duro ter que trocar a sua letra por uma tradução para ter atenção ou reaprender a cantar porque as gravadoras te veem como a participação latina, ser um artista de ponta e concorrer é mais difícil pelo fator Brasil em seus contextos muitos específicos. 

        A pretensão do mercado fonográfico brasileiro é sempre modesta, dentre um mercado tão grande e continental temos dificuldade de integração como os meios oficiais tem seus problemas estruturais como as rádios e TV's. A presença das maiores gravadoras multinacionais significa fazer parte do monopólio global que na sua contramão, enfrenta uma dificuldade de integrar seus artistas na América latina e nas paradas do resto do mundo, os hits da Anitta festejados aqui tiveram menos impacto nos nossos hermanos de continente e o polos europeus próximos Espanha e Portugal. Projetos internacionais de outros artista fracassam ou perdem visibilidade por aqui, Ivete, Alexandre Pires, Bruno e Marrone cantando em espanhol aconteceu e nada que criasse um meio para outros tentarem entrar, a concorrente Claudia Leite embarcou na tentativa do Pop e como a flopada de Wanessa Camargo.    

               É isso, pessoal 

               Até a próxima 


 

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