Quinta do youtube #149: Maternidade na plataforma

 

                   Olá pessoal 

              O tema de hoje é a onda de conteúdo familiar, a geração que começou cedo nas telas tem idade para engravidar, ter filhos e isso virou um nicho para anunciantes e bandeira de bom mocismo do youtube após ataque por conteúdos questionáveis e adultos sem supervisão. O modo como a perspectiva deste ponto da vida se apresenta na proposta de conteúdo contínuo e que fideliza na experiência de ser "tio e tia " de criança famosas da internet, sinais dos tempos de hoje. 

           Todos os usuários mais assíduos da plataforma tem um youtuber que a família cresceu, desde os anúncios discretos até os que tem mais impacto nas redes sociais, a vida se transforma com o natural avanço da vida e a decisão de filhos seja na frente da tela ou por trás dela. Existe um aspecto de tempo em relação a internet que não é próximo da realidade, dos 20 aos 40 anos é a fase onde se faz ou deixa de fazer uma criança para se chamar de sua, conhecemos alguém com que vale dividir a vida ou o acaso acontece e surge uma relação com uma criança. Justamente a sensação de eternidade da juventude faz com que o público não espere que o criador que tem uma vida pessoal mais exposta, um dia se depare com o casamento e uma rotina diferente, todo mundo fica careta com preocupações de adulto quando cresce e vai para o mundo. 

               A interpretação como algo proposital ou acidental a onda de gravidez é pessoal, rolaram piadas com tantas blogueiras entrando na maternidade e colocaram de lado um setor inteiro de outras mães que produzem na internet. Teoria da conspiração de mercado, momento do mundo que as pessoas se sintam a vontade de expandir famílias e outras possibilidades são pontos a considerar caso a caso para entender porque tais pessoas decidiram engravidar e como isso acontece em relação a patrocínio de tantas marcas seja natural ou forçado. O problema é a lente que passamos isso seja a tela de celulares e computadores, tornando a nossa opinião sobre influenciadores e criadores aumentada e questionadora de um fluxo natural da vida. 

             O tom da moda, o fato de criadores grandes estarem entrando neste segmento de entretenimento familiar e com incentivo implícito do mercado torna um caminho que alguns tem copiado nas redes sociais. O tal movimento manada não é descartável em relação a pessoas que não abririam a vida tão publicamente ao descobrir uma gravidez, desde o risco do aborto até a chance de cancelamento, e isso reflete em um grupo que admite ter publicidade e cobrança em cima de mostrar uma vida que não entende o valor comercial de mostrar um comercial de margarina para agradar parte da sociedade. 

            O mito de criança e animal darem mais likes e patrocínios, esconde a irresponsabilidade parental e a chamada de uma romantização da infância que é a minoria no país com tantos recursos e produtos que se fossem comprando nas prateleiras das lojas especializadas seria uma pequena fortuna. A criação de um filho tem tantos problemas e que reportado como uma tarefa fácil não parece saudável ter gente colocando vlogs e vídeos postulando em um nível que a criança é dócil e tem uma estrutura para estar calma, a realidade é bem mais dura com os gastos e o cotidiano de muito esforço que as pessoas tem para alimentar e vestir um pequeno(a) ser e ainda conseguir gravar as partes boas. 

              Pessoalmente, acho que não tem problema colocar a sua vida nos vídeos e isso incluí quando a vontade de ter uma criança e com a pessoas que você esta junto. O nível de exposição é uma escolha que deve ser feita com muita cautela, fato é que temos pais que colocam na tela a sua vivência e tornam seus e da internet suas crias como outros que limitam a aparição a pequenos momentos para dar um foco especial. O problema é a venda antecipada da imagem de um herdeiro, para o futuro teremos uma geração que vai odiar ou amar ser famoso desde o nascimento, um peso que nos primeiros anos de vida será invisível mas, ao longo prazo tem consequências. 

                 É isso, pessoal 

                 Até a próxima 

 

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