Culturapop em analise #72: A nova visão sobre uma criança
Olá pessoal
O tema de hoje é a publicidade, as quedas de braço com a exposição infantil teve um revés que mudou os parâmetros, a época do vale tudo se foi e segue uma extensa lista de requerimentos para se aprovar uma propaganda infantil. O limite na exploração de crianças e adolescentes em longos processos de gravações afetando a educação e cotidiano foram substituídos por trabalhos mais pontuais e com horários que não desviem a natureza da infância como no ECA(Estatuto da Criança e Adolescente).
A questão que mudou a tradição do SBT, a proibição de apresentadores mirins como foi o "Bom Dia & Cia" por uma década que se adaptou passando a então diretora Silvia Abravanel, para apresentar o programa infantil. Para entender, ter uma rotina de adulto com responsabilidade e gravação no horário escolar se tornou o problema com a passagem de Maisa, Yudi e Priscila Alcântara que fizeram de segunda a sábado, feriados e ao vivo, a carga de trabalho foi considerada ilegal e isso encerrou uma Era na TV, desde então todo as outras produções tem seus procedimentos para lidar com a presença de crianças. O modo como enxergamos a glamourização da vida artística separando da necessidade de combater qualquer tipo de abuso trabalhista que afeta outros pequenos em diferentes áreas como o campo e indústria pesada.
O mercado ainda continua utilizando em propagandas e produtos midiáticos, garotas e garotos que são selecionados para estes papéis, tem em comum a supervisão da família e o compromisso que pode ser até longo mas finito sem problemas com regulamentos. Quem propôs o fim do "trabalho" de crianças em TV ou media social, tem um ponto que é não transformar a vida de um vulnerável por ganância, horas e horas de programas pode ser desgastante demais para um mini cantor/apresentador/dançarino, a situação é preservação de infância como direito garantido.
A publicidade para os pequenos teve um momento doloroso que foi a proibição da veiculação de comerciais em TV e do fim do apelo dos personagens animados pedindo para serem comprados e etc. A relação entre o que pode e o que não pode é o equilíbrio de forças com o ECA e o Conar com as empresas que tentam encontrar uma forma de passar a mensagem sem cruzar a linha do apelativos que já reinou por aqui, gerando vídeos contestáveis na época que hoje não passariam. A noção que temos hoje sobre impacto de palavras, atitudes no psicológico infantojuvenil quando colocado num comercial.
O misto de representação mais contida com respeito ao tempo dos pequenos com a fiscalização do conteúdo da publicidade infantil mudou a cara do Brasil, temos ainda artistas mirins com muito talento que aparecem mas, com uma longa equipe de preparação de psicológico e físico para fazer parte do show business. É mais prático usar adultos ou figuras como palhaços, youtubers para criar uma propaganda sem medo de cair na linha de absurdos do passado, o olhar é mais rígido com qualquer coisa dirigida ao público infantojuvenil, não é mais: "Compre" "peça aos seus pais" "só você não tem" traduzindo hoje em algo mais limpo e respeitoso, as marcas migraram para a internet onde podem fazer imagens que tem poder de atração onde a nova geração se concentram mais.
A nova visão sobre uma criança é que existe mais proteção para expor algo a ela ou faze-la vender alguma coisa: não se pode ter uma apresentadora mirim cumprindo expediente de gente grande; novela e serie não tira pequenos da escola ou da família; comercial é focado em mostrar o brinquedo sem iludir ou confundir a cabeça infantil, atuação artística aos jovenzinhos é brincadeira, não carreira; gravação tem hora e cuidado especial quando envolve menores; papeis teens tem geralmente maiores de aparência mais juvenis para evitar problemas com adolescentes em set. Essas são algumas coisas que mudaram desde 2014, a TV perdeu bastante porém, é necessário pelo futuro de uma geração que não tenha problemas ligados a essa exploração por mais boa intenção que exista no mercado.
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Se expressem , gritem , cornetem , comentem
Grato , blog 2 cabeças viajantes