FHM #146: O problema de comando no futebol

                          Olá pessoal 

                 O tema de hoje é a política do esporte, a falta de resolução conjunta indica um problema estrutural que ressoa dentro dos clubes, a briga reina fazendo com que a situação de Palmeiras, Corinthians e Santos quebrem o foco dos times em relação a troca de gestão. Para mais, a briga de direitos de transmissão e a discórdia de pontos vitais a todos como público, protocolos e regulamentos de campeonatos. 

              A categoria de presidente de clube, diretor de futebol e gerente tem sido alvos de muita raiva, em base do amadorismo ou paixão demais que toma o espaço de uma razão em torno de decisões importantes que poderiam impulsionar os clubes para cima. Diferente da fria e organizada Europa que sempre conseguiu mais força usando a cabeça do que a mística, o Brasil sempre contou com a diferença técnica e o celeiro de talentos infinito para nunca ajustar o modo como dirigimos os times grandes, afinal a vitória pode apagar a bagunça que são os bastidores de um título, que foi o atraso de salários, briga de dirigentes e más contratações que não impediram os bons resultados. Isso vai se replicando na direção da Federações que enriquecem e se tornam corruptas, a CBF não faz o seu papel de promover o esporte e as estruturas que manteriam muitos clubes em pé mesmo em crise, fato que evitaria o fim do futebol do interior, hoje parcialmente morto. 

           A escalada social é outro componente que afeta a todos, pessoas formadas e como também experientes do esporte cometem os mesmos erros quando finalmente galgam um posto de elite, a ganância como o ego podem fazer que o estudo ou a vivência não sirvam de nada na hora de montar uma lista de reforços, momento de demissões e na escolha de seus subordinados, pensar no bem do clube por vezes é negar o craque do momento e contratar peças de bom futuro, cultivar a base como algo rentável a longo prazo que é bem maior que um contrato milionário. A gerência de amizades e interesses tem tornado a coisa mais difícil o trabalho, por vezes contratar jogadores ruins por favor ou impedir um bom negocio porque afeta alguém que faz vitrine no seu time, relações obscuras que marcam bastidores em todas as divisões.   

             O ponto é que as crises políticas são a rivalidade que não serve ao clube, normalmente existem grupos que querem ideias diferentes para que venha um período vencedor, a tradição e tudo mais, acabam por errar e deixar legados negativos para o futuro. A teoria da paixão do dirigente é importante, entretanto acaba por extravasar colocando contas no vermelho por agir de forma impulsiva, achando que ídolos fora de forma e escolhas questionáveis em uma fuga de rebaixamento ou briga por um título; Solução é sempre ter um freio da realidade que diga que x jogador ou técnico não tem mais poder para salvar o dia, por vezes o coração é muito mais forte que o cérebro. 

               O compasso de espera que passam os times tradicionais de São Paulo é uma somatória de crises anteriores que presidentes seguidos tem agravado, o mais correto era reseta tudo, tirar os velhos nomes pois eles são tóxicos aos resultados dos 4 e parecem um ciclo sem fim. Não é para dizer que tá tudo completamente errado, alguns pontos foram positivos e o que complica é a transição que traz insegurança, impede contratações e quebra de filosofia de trabalho por motivos torpes como inimizades com presidentes, funcionários e até jogadores, criando um ciclo imediatista que torna trabalhos bons em ruins e vice versa, criando filas ou ganhando fazendo tudo errado em segundo plano. 

              Na perspectiva de poder, a vigência de federação como uma instância de bons cargos e uma relação que favorece apenas os grandes, torna a crise dos times sem calendário sem solução, afinal não há estrutura de encaixar torneios interessantes para os times pequenos de todo o pais, pelo retorno financeiro e espaço na tv, afinal não dá para negar que a audiência vem das competições principais e a fonte secou em vários lugares. O papel principal das diversas federações é estrutura, no entanto é o que falta: Organizar campeonatos interessante, regular transferências e ter contatos com as diversas equipes para administrar o futebol local, por vezes não é má fé, seja falta de grana ou conhecimento para uma revolução. 

               A CBF é o topo da pirâmide, a corrupção já foi exposta e tem suas ramificações porém tem muitos outros pontos a tocar: o controle de tantos produtos e negociações faz com que a atuação seja uma coisa complicada de defender pois afastou a seleção nacional do povo, Optou por criar um modelo competitivo porém pobre tecnicamente, a formação geral de árbitros e técnicos que é pouco reconhecida ou potencial defasado e o destaque que é o poder de negociação que não favorece aos clubes, não se vende os direitos internacionais e tem uma política permissiva ao mercado estrangeiro. 

                    É isso, pessoal
                    Até a próxima 
 


 

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