Musica & História: Rock no Brasil

                             Olá pessoal 

                   O tema de hoje é entender o que foi o rock no Brasil, um gênero presente que sofre dos mesmos maus desde sempre, Importado como uma moda tem um aspecto de busca por identidade que o faça brasileiro e com mercado mais forte. Destacando duas ondas muito fortes e períodos de transição que não tem a força por depender de uma agitação social que por vezes esta controlada, consequência de ser criada por contra cultura dos EUA e a revolta não é o um motor constante para o mercado. 

                  A questão sobre o Rock é aprender a separar seus tipos e racionalizar o seu papel no mercado, público menor com a marca de ser e nunca negar ser um nicho pois é pensado sempre como estética e afirmação de uma cultura. A origem vem baseada nos ritmos de influência negra e depois tomado como expressão de uma comunidade branca, relembrar que Little Richards e Chuck Berry são dois dos mais geniais e que tem menos suporte do imaginário do que Elvis, Beatles, e qualquer outro Branco que com muito talento fez sucesso, entretanto a raiz sempre será dos subúrbios negros e seus gêneros.  

                  Presente desde a expansão do "American Life" dos anos 60 e das primeiras guitarras elétricas, se estabelecer por aqui foi a briga com o violão e a percussão que tem suas ligações mais orgânicas, que as primeiras  faixas dos bolachões e tocadas na TV sempre foram adaptações dos músicos do Rock Estadunidense que colocavam naquelas melodias, o nosso jeito de cantar o amor e as moças, com a rebeldia de "Juventude Transviada" e a nova paixão do bad boy a lá James Dean, isso fez com que tivéssemos a Jovem Guarda, primeiro boom comercial que refletiu a nossa escolha por explorar a musicalidade dos acordes gringos. 

                A grande evolução com a auge dos anos 70,80 com bandas incríveis do clássico, reverberando a criatividade e também abraçando as mudanças do mundo com o símbolo negro: Jimi Hendrix e a geração de The Who, Rolling Stones, Deep Purple e etc. Neste momento, a coisa é diferente para nós, tempos de ditadura e uma censura que criou um lapso de criatividade forçada, uma liberdade de expressão retomada nos anos que voltou ao Rock ser uma ferramenta política, diversos artistas nesse meio tempo estiveram produzindo como Tim Maia e Raul Seixas, além de Elis Regina que tangenciaram o estilo na sua personalidade, entretanto quem veio com tudo e reativou o mercado foi a Junção RPM, Barão Vermelho, Capital Inicial, Cazuza, Legião Urbana, Radio táxi e outros que foram o segundo boom, o chamado Rock Engajado da geração do fim da ditadura. 

                  Os anos 90 retomamos a origem festeira e gêneros como o Axé, Lambada, Pagode cresceram e os holofotes só voltaram nos anos 2000 com algumas bandas muito importantes como o Raimundos, Skank, Tihuana, Titãs, Pitty, Charlie Brown Jr e outros, a geração MTV foi forte e com ela a sua queda natural, as pessoas não vão atrás do Rock pois isso nunca foi a prioridade do mercado de fazer ele bombar, temos ótimas bandas que sobrevivem sendo o Underground por escolha, sem necessidade de conversar com tema pop.  O estilo tem muito mais a ver com uma garotada que toca para público menor do que algo que venda milhões de discos quebrando sua essência a cada década, seus fãs são conservadores e fechados apesar da marca de rebeldia ser contra isso, a contradição viva.

             Vamos as menções honrosas que ficaram de fora dos parágrafos porém são bandas que estão na lista de memória afetiva de muita gente: Paralamas do Sucesso, O Rappa, Aborto Elétrico, Nação Zumbi, Autoramas, Mamonas Assassinas, Supercombo, Fresno, Hateen, NX Zero, Engenheiros do Hawaii, Irá, Ultraje A Rigor, Nenhum de Nós, Blitz, Os Mutantes, Secos & Molhados, Planet Hemp, Detonautas Roque Clube, Matanza, Cachorro Grande, Ratos de Porão, Plebe Rude, Vivendo do Ócio, Velhas Virgens, Maglore, Selvagens a Busca de Lei e qualquer outro que eu esqueci.ç 

                 É isso, pessoal

                 Até a próxima