Resenhas 2 Cabeças: Sequência BR - Uma História de Amor e Fúria (2013)

 

                             Olá pessoal 

                 O tema da nossa resenha de hoje é animação, trazendo o longa animado nacional de maior relevância: Uma História de Amor e Fúria, indicado a lista inicial de melhor animação do Oscar e premiado internacionalmente. Um mercado interno bem interessante que não tem o mesmo poder para longas, a parceria com Carlos Saldanha trouxe um sucesso chamado Rio 1 e 2, entretanto a produção feita por aqui tem dificuldade em aparecer internacionalmente. 

              Dirigido e escrito por luiz Bolognesi, produzido pela Gullane e Buriti Filmes, co produção da Lighstar Studios, o longa é uma aventura de ficção científica com a história do Brasil em um aspecto que usa a passagem do tempo e a busca do amor como elemento de condução, enquanto isso paralelamente constrói as contradições e problemáticas de um pais tão jovem que carrega seus crimes e pecados no mesmo lugar de sua glória. Uma das obras importantes do momento de subida do cinema Brasileiro que teve um aumento de produção, mais parcerias internacionais, isso tudo resultado em obras de maior impacto nessa década que contou com Bacurau de Kleber Mendonça, Que Horas Ela Volta de Anna Muylaert, O Palhaço de Selton Mello, Turma da Mônica: Laços de Daniel Rezende, entre outros nomes. 

                    A camada principal é o elemento que apega a todos, o amor que envolve um casal ao longo da História, a alma que passa por períodos que a luta era necessária. A trama caminha em pulos temporais, colocando a presença do guerreiro imortal e as reencarnações de Janaína em meio a momentos chaves do Brasil como cenários importantes, neste acontecimentos entra a fúria, sempre colocando os dois como papel de rebeldia, acompanhando revoltas; 

                      O fator de construir uma bom enredo que torna atrativa sem o necessário entendimento, o bônus é reconhecer cada período que se passa desde a clássica origem mítica indigenista que é uma herança do Brasil, passando as portas da primeira república, a ditadura que é uma memória dura e o futuro que parece estar cada vez mais próximo. O corte de 600 anos (1566 - 2096) apresenta uma visão realista em meio a uma ficção, uma lenda que permeia a luta pela justiça social, uma questão pendente na História. 

                  A visão sobre os diferentes tipos de pessoas que compõem a população, passando dos indígenas, chegando aos nordestinos, a população urbana que é o misto de tudo, terminando no futuro. Representatividade, retratos sociais e lutas históricas, uma carga incluída que torna um filme de diversão ou de estudos, entender os processos que acontecem na tela, expandir o seu conceito de Brasilidade, quem sofreu ou sofre com os problemas do autoritarismo. 

                  A parte da mitologia e da ligação mágica é algo que é muito interessante, caminhar sobre uma origem do pais sem apelar a formatos estranhos a nós, a pesquisa feita para o roteiro usou poderes e deuses ligados a cultura indígena. É raro, dentro da nossa perspectiva atual conseguir enxergar a ancestralidade, seja negra ou índio terem espaço e expressão como base da nossa vivência de sociedade. As exceções de Escrava Isaura, Capitães da Areia, Tainá e outras obras menos conhecidas sendo retratadas em TV ou cinema. 

                     O modo como esse longa flutua em gêneros, colocando a ficção científica e a aventura através do tempo, o drama histórico em fases, o realismo fantástico, o romance que atravessa a morte, o filme educativo historicamente, uma lenda indígena, um tratado sobre natureza humana e violência, além do rotulo de animação de alta qualidade feita para crianças, adultos e idosos, fugindo do patamar de produto infantil. 

                    Um bom filme para revisitar, premiado 3 vezes, um trio de dubladores conhecido com Selton Mello, Camila Pitanga e Rodrigo Santoro, que atinge bem o público com o entretenimento, a História em movimento e a dica boa para demonstrar representatividade para além do modelo Norte Americano e Europeu, o Brasileiro índio é o herói que carrega o peso sem romantismo e o mito do bom selvagem, guiado por mitologia nossa. 

                      É isso, pessoal 
                      Até a próxima 
 



 

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