Crônica da semana: As partidas que nos marcam na vida adulta


 

              Olá pessoal 

              O tema de agora é perder, o luto que associamos a morte também vale para tantas outras coisas que agente não identifica como motivo para dar uma parada no ritmo. Os eventos desta semana despertaram em mim a velha sensação de que o tempo tá passando e com isso, eu vi algumas pessoas jovens e outras velhas partirem de uma forma que nem toda a meditação do mundo faz a mente acalmar.

              Um paragrafo para lembrar da Patricia, colega de universidade que foi cedo demais, a palavra é susto com a fragilidade do destino dela que foi vitima de um coração bomba e que era talvez sua maior qualidade, fora do perfil clássico da universidade elitizada: Pobre, mãe, estudante aplicada que ia se formar; O que choca no final das contas é que numa quarta estava na mesma sala que eu e no fim de semana se foi, sendo jovem e que viveria com intensidade o que viesse em seguida, descansa em paz que o seu legado continua aqui. 

              A família, as perdas talvez  mais duras são aquelas que demora para entender e quando você se dá conta, sente o peso real de um mundo que deixou a vida cotidiana. É estranho dizer que o tempo levou dois pilares de cada lado familiar, além do trauma do primeiro coração bomba que eu vi estourar, não consigo negar que depois de anos após dá para ver que a partida de certas pessoas tende a agregar ou desagregar o núcleo de convívio que se sustentava na sua presença. 

               Faltou definir o que é um "Coração Bomba", o órgão que adoece e dificilmente vemos até a se complicar é o coração, assim é meio que justa uma  comparação a bomba relógio que simplesmente explode e leva muita gente a óbito anualmente. Puxando a memória, muitas das partidas que me impactaram tem a ver com a falta de doença e o ataque cardíaco fulminante como único sintoma fatal.

               Existe um conceito adulto de entender que ao envelhecer, enxergamos os sinais do desgaste do corpo e projetamos a companhia de alguém em tempo. O que torna triste a morte de alguém que é rápida, sem sinais de perigo é que nós gostamos de ter uma despedida, uma chance de dizer a importância da presença mesmo que pouco sã ou fisicamente fraca. 

               O dialogo entre presença e ausência é o que nos faz prestar atenção a fase de partidas para o outro mundo, na correria incessante ou ignorância da juventude com a ilusão da imortalidade temos pouca a noção que a chance de ver alguém por inteiro na sua frente é um ato gigante. Os espaços que uma vó (vô), tio(a), pai e mãe, irmão, colega, famoso, artista, pet tem na nossa vida afetiva é imensurável, são aqueles vazios que não vão se repor e você cresce sabendo viver com eles. 

                As partidas que nos marcam na vida adulta são as reais, não se distinguem como família e não família, basta ter apego ou rotina de notar a pessoa, no final vai te fazer alguma falta. Direito a estar triste é essencial, pouco conhecer alguém e mesmo assim se abalar e solidarizar com o luto, sinta  esses momentos e não negue um pouco mais de tempo para se recompor. 

Aos vivos, um pouco de amor para viver e aos que foram, a lembrança mais bonita. 

                 É isso, pessoal 

                 Até a próxima 


                  

Comentários

confira :

Eu não acredito em amizade eterna

Giro dos esportes #18: Noticias gerais