Crônica da semana: Culpar as mulheres é a ponta do iceberg.

          Olá pessoal 

         Queria dizer que esta semana foi ótima, e na vida pessoal foi até boa, mas o que vou dizer é que não dá para esquecer do mundo em volta e os retrocessos que apareceram a vida das mulheres é algo impossível de ignorar. O caso do aborto da menina de 11 anos, a trágica revelação da  atriz Klara Castanho e a revogação do direito do aborto nos EUA, é sistemático que atacar suas ações ou direitos passe por um processo de construção de mentalidade de domínio, os homens tentam controlar as mulheres e isso é ruim para ambos. 

          Isso vai além de uma pauta emergencial, o que se trata é que o poder reprodutivo e seus conceitos de importância social, e o que se faz com elas por obrigar a sua função maternal em uma sociedade em que pudemos evoluir para o desejo de não ter filhos. A escolha é o que incomoda uma geração de pessoas que defendem certas ideias enraizadas como toda mulher quer ser mãe, aborto como assassinato e uma sacralidade da maternidade, enfim a realidade é que direitos ao próprio corpo é algo exclusivamente masculino.

           A vida de quem nasceu não é o importante, afinal homens são os primeiros a ignorar uma futura criança vinda de seu DNA e que se acha direito de engravidar alguém sem responsabilidade. Recai sobre a parceira sempre a responsabilidade de evitar uma gravidez indesejada, o que fica do ato é que tem se exigência do prazer ,mas não a precaução de IST (Infecções sexualmente transmissíveis) e desse jeito construimos uma relação desigual a sexualidade. 

          A violência contra uma mulher é o tema que todo mundo vai abordar, o problema com a insegurança diária é que comportamentos não mudam como a justificativa de um assédio, culpabilizar as vitimas entre elas crianças, adolescentes e mulheres adultas. A atriz é só mais um exemplo da estatística que coloca nas ruas, nas casas e até nas instituições ditas confiáveis, os locais que um homem ou mulher pode abusar de uma vitima, a grande situação é que se estupra com a mesma facilidade através dos séculos e isso é aceito dentro da cultura masculina. 

       Tudo que eu citei acima é um pouco do contexto do que acontece nos dias de hoje, as vozes que gritam nas redes sociais em que o medo e a consequências não podem ser esquecidas. O ciclo tem que ser quebrado, sem a violência sexual reduz a necessidade de aborto e pode se focar em medidas anticoncepcionais com consciência da saúde, afinal aborto não é sobre moral e religião e sim, um olhar de preocupação em impedir uma gestação de risco, indesejada ou forçada. 

          A tradição de culpar uma mulher é antiga como a civilização chinesa, os textos bíblicos ou a falsa moralidade que existe até hoje nos relacionamentos. É estranho que todo modelo de relacionamento já estabelecido tem um aspecto de dominância ou posse, a minha mulher, namorada, ficante e etc, o movimento é característico de apontar histeria, loucura ou indomabilidade, demonizar toda mulher que tem mais poder que um parceiro, e isso é como nas histórias antigas se cria figuras  femininas desprezíveis como a mulher fraca chinesa que regulou uma longa medida de preferência por apenas filhos homens; A primeira culpada, pecadora que é Eva e todas as outras mulheres que estragaram a vida de personagens da religião católica; A repulsa por mulheres livres, financeira ou sexualmente como as empresárias workaholic, as solteironas (piriguetes, baladeiras e etc).

         Depois que a sociedade julga suas mulheres, a tendência é apontar uma cartilha que é velada: modos de agir ou limites que são colocados por estrutura ou marcação social. O mais importante sobre isso é que temos resistência e sejam declarada feministas ou não, carregam traços comuns de contestação a um mundo para a maior parte do tempo feito para homens, conceito que pode ser reconhecido independente de sexo, basta viver para que se note um privilégio ou falta de direitos básicos. 

Reflexões finais deste texto longo:

1. O efeito manada do conservadorismo vai sempre apontar o dedo para a falha de uma mulher, estando ela certa, as vezes, e se isso for contra a projeção do que deve ser feminino para as outras pessoas.

2. Aborto, doação ou adoção deviam ser um poder da mulher, restringir a capacidade reprodutiva e da escolha em acolher ou dar um destino a uma criança indesejada, e ser respeitada como caso único.

3. Pressão social é uma medida mais forte em relação a elas, o julgamento sempre culpará e condenará frente a fala de um homem. 

4. Homens temem perder o controle social e isso faz mal a gerações mais novas que, por vezes não concordam em formatos de relacionamentos tão possessivos. 

5. Machismo é um termo estrutural e cotidiano que não foi preciso citar o nome para identificar sua presença nestes casos recentes ou mais antigos. 

6. Mulheres aprendem a se defender o tempo todo, a violência ronda toda a experiência de vida e que poucos homens aprendem a ser menos predatórios ou não pretendem abandonar suas próprias atitudes.

7. Guarde suas palavras duras, se omitir por ser um ignorante ou ser uma pessoa que odeia as mulheres, o mundo seria melhor se filhos da puta simplesmente se calassem, as vezes. 

 

         É isso, pessoal

         Até a próxima 


 


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