Economia e vc #3: A crise do videogame


    Olá pessoal 

    O tema de hoje é entretenimento eletrônico, para ser mais claro que isso temos os videogames e todo o contexto de elitização e instabilidade de mercado que envolve produção, venda e mudança de donos entre desenvolvedoras. A situação que passa do consumidor final a toda uma indústria que tem alterado o modo como vemos o acesso até o hábito de jogar ou assistir alguém em live com o poder aquisitivo de um console ou PC Gamer. 

      Vamos ao básico, a inflação que se colocou em cima de valor do console ou computador de ponta fez com que em uma década, a chance de ter acesso à jogos eletrônicos para diversão diminui muito para quem é pobre. O PS2 poderia ser comprado por 500 reais, hoje o PS5 tem o valor de 5 mil reais, nesta relação se iguala a console Xbox e Nintendo, entre todos a opção mais barata é o Nintendo Switch que deve custar 3 mil reais, todos os preços de mercado oficial. Baseado no valor do salário mínimo, temos que o console mais barato custa 3 meses da base salarial e chegando a 5 no mais caro, claro que o público consumidor se endivida para ter um console e investe mesmo assim. 

       O videogame e PC Gamer viraram o famoso artigo de luxo, assim entendendo que o aspecto popular do início de 2000 virou para uma escolha de vida, o jogo tem peso no orçamento. Todo gamer economicamente ativo tem em mente a busca por um tiro certo para gastar o valor oficial de lançamento no Brasil. O Jogador mais ativo sabe que o sonho de criança de um grande estante de jogos é como uma ilusão pensando em preços e do que se abdica para chegar a tanto. 

      A indústria de jogos tem os seus problemas graves, ficou caro fazer os grandes jogos e os repetitivos erros na relação trabalhista torna prazos poucos aplicáveis e com os naturais fracassos fazem com que o estúdio de desenvolvimento quebrem, sejam adquiridos tornando grandes blocos de monopólio. Onde esta a crise nisso tudo, a questão de sustentabilidade do ecossistema que depende de investimento e esta ficando mais difícil apostar em projetos menores e os gigantes tem pouco espaço para nova ideias para os gêneros apostando em Remake/Reimaginações com o medo do Flop de novos projetos. 

    O que acontece de fato é que a realidade bateu a porta trazendo uma grande barreira financeira entre entretenimento e as camadas menos favorecidas, o crescimento dos streamers se dá pela necessidade de ver ao invés de poder jogar. Seria utópico poder falar em consoles acessíveis, o grande porém da situação é que não existe um esforço nacional para que seja mais fácil o Brasileiro médio consiga o videogame próprio, reflexo de anos de pirataria e um certo descompasso do real e do dólar.   

     É isso, pessoal

    Até a próxima 



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