Culturapop em analise #84: Greve em Hollywood
O tema que esta agitando os bastidores da indústria como os fãs ao redor do mundo é que depois da greve dos roteiristas em curso e a beira do começo da SDCC (Comic Con), explode a greve de atores que vai conseguir parar as atividades neste momento de anúncios e estreias de filmes e series. A crise no mercado de trabalho de atores, roteiristas é uma longa jornada contra a inserção massiva de IA nos modus operandi dos grandes estúdios: diminuindo oferta de trabalho a figurantes e roteirista iniciantes tanto como outro absurdo que é o uso de reconstrução via Inteligência usando da imagem do ator/atriz mesmo depois de sua aposentadoria ou morte.
A noção que a terra do Tio Sam é desestruturada em relação a questão sindical é uma grande mentira, a força sindical dos setores encareceu os processos e que gerou o espalhamento das fábricas ao redor de países próximos como o México ou em outros de terceiro mundo para baratear os custos. Isso se reflete como neste momento de aumento da desvalorização da profissão com o olho gordo da indústria em substituir o trabalho humano na base e na recusa em reduzir o lucro para reajustar os ganhos relacionados a distribuição, os direitos conexos das obras, se antes os produtos iam de TV para outra, agora os produtos são transmitidos via streaming a um número maior de praças mundialmente. Surge a primeira greve grande e paralisante em Hollywood em décadas, gerando a discussão dos rumos do cinema e das séries neste formato que se tem agora, será que os estúdios pagarão os justos salários para sua massa trabalhista ou a postura de mercado vai se manter ?
O que assusta muitos fãs reacionários é a ideia de fazer greve na maior indústria de entretenimento mundial, o que indica a velha tendência de desqualificar a condição do trabalhador de profissões ditas de grandes salários e boas valorizações ao olho do público. O ator, produtor e roteirista tem grande papel na pílula diária de diversão das pessoas, por isso reconhecer que se tem que pagar o justo para quem trabalha para o lado lúdico e que é fácil falar de inserção de IA, mas sempre como complemento, não como substitutivo do fator humano. Aquele que não entende uma greve, passa o recibo de ser absorvido dentro do discurso liberal e da destruição da empatia do trabalhador com outro, você pode ser um motorista de ônibus e eles atores, sendo mal pagos e sacaneados por seus pagadores, tem que se parar por as razões certas.
A coisa mais importante é que o fato de atores grande encabeçarem as fotos significa o grande defendendo o trabalhador de base como o figurante, o ator iniciante, parte pelo todo, o termo categoria sindicalizada tem o peso da palavra do coletivo. Hollywood tem que parar quando o emprego e a rentabilidade de uma profissão tá ameaçada com o uso mal intencionado proposto pelos cabeças dos estúdios, IA não é o vilão, o que torna monstruoso impacto é que abrir mão de grande parte dos salários mais baixos em busca de uma faixa mais gorda do lucro. A recessão pós pandemia mundial esta pegando em todos os mercados, entretanto nenhuma categoria, principalmente nos EUA vai ver seus direitos ficarem desatualizadas e reduzidos e achar que isso é justo.
Analisando com calma, não me importo se você tá triste que um filme ou série vai atrasar, se nós sairmos com uma consciência de classe maior do que entrou, vai ser uma vitória. A dinâmica de luta por direitos, parar um setor para pressionar os patrões a entender que quer mudar algo, vai ser dialogado e reajustando pagamentos com justiça ao valor atual das produções. No final das contas, isso vai decidir como os outros estúdios vão decidir suas ações no mundo todo, afinal se a indústria Norte Americana parou, os requisitos para implantação de IA terão um precedente para se inspirar e com os limites que se deve ter na sua aplicação.
O que vai ser decidido é a velha prática de sentar e conversar, patrões e trabalhadores podem conciliar seus interesses, o mais natural é conseguir um freio natural a uso desenfreado de IA, um natural aumento de taxa de direitos conexos à produto de streaming e uma postura nova do SAG. O autor quer trabalhar e os estúdios filmarem suas obras, deixando claro que é questão de tempo para acabar a greve, basta haver negociações e chegar a um acordo que esperamos que seja bom para todos.
A questão da greve dos roteiristas é outra, a sensação que os cabeças da indústria pretendem matar as pessoas de fome ou deixa-las desesperadas é tão cruel, afinal a grande parte do lado mais humano dessas histórias é que argumentos, reviravoltas e grandes ideias surgem da insistência dos seus criadores. Nenhuma IA é capaz de sair de uma programação, então por mais que imitem e façam formatos, substituir trabalho humano remunerados por trechos "artificiais" como uma forma de economia parece mais ganancia do que um uso racional e inteligente da ferramenta. Ficar atento ao que vai sair desta greve, o mercado de novos autores de filmes e series depende do que vai acontecer agora, a proposta que iniciou a greve é a utilização de robô para construir trechos curtos e diálogos como forma de evitar o pagamento de revisões de roteiro que são comuns em regravações, mudanças no dia a dia do set, se isso for para frente, o que separa os estúdios de aumentar a participação de IA e tirar trabalho de uma sala de roteirista inteira.
É isso, pessoal
Até a próxima.
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Se expressem , gritem , cornetem , comentem
Grato , blog 2 cabeças viajantes