Resenhas 2 Cabeças: Cantiga dos passaros e das serpentes - Suzanne Collins (2020)
Olá pessoal, que esta leitura esteja a seu favor.
O anúncio da chegada de um novo livro da saga Jogos vorazes de Suzanne Collins fez uma dúvida pairar sobre os fãs quem seria o protagonista agora? A resposta não poderia ser mais surpreendente: O vilão, uma história de origem de Coriolanus Snow na sua juventude, esta é a jornada que encaramos na Panem 10 anos após os “Dias Escuros” – a trilogia original começa 74 anos da guerra e uma Capital que ainda esta se recuperando, cenário diferente e não imaginado de um universo já explorado pela autora e o seus leitores.
Uma resposta
óbvia ao amigo leitor, temos um “Jogos Vorazes”, claro de uma forma bem
diferente do que vimos com a Katniss e a revolução que a esperava, e como
imaginar o surgimento do grande evento da Capital: Suas ideias, seu formato,
seu apelo, talvez seja qualidade iniciais da trama em fazer a engenharia
reversa da máquina de entretenimento e morte ser vista como apenas um show
falido e sem carisma popular.
Vamos ao protagonista, Coriolanus Snow jovem na academia de Panem, frente aos problemas da vida de aparência, que corre atrás da solução ideal para levantar seu nome e sua condição financeira. Ambição ou amor, a dualidade que define a escolha do destino deste jovem, o que pode separar a conjunção entre os dois?
Outras personagens em que se prestar atenção, a complexa Lucy Gray Baird, o nosso pássaro da vez, e a estrategista Dra Gaul, a cabeça pensante, que tem o papel de ser odiável e misteriosa. Mais que boa história não vive sem um interesse amoroso e uma vilania bem construída, nada como um clichê literário, o tempero narrativo da obra é essa dupla que movimenta para bem e para mal as ações deste mundo tentando se reconstruir.
O mundo da trilogia original é referenciado, para quem esta curioso das pontas soltas são explicadas pela autora, algumas que são esperadas como a origem dos jogos vorazes, histórias populares do Distrito 12 e outros detalhes que vão surpreender. Como uma nova história e uma introdução a novos fãs, pode funcionar como o atrativo e ainda tem esse elemento de colocar explicações à situações que ficaram de fora da trilogia, leitores tem curiosidade e isso é bem explorado na obra.
A ambiguidade torna a trama impossível de se adivinhar, a linha entre o bem e o mal se torna cinzenta na moralidade complexa dos personagens. O tema da trilogia original gira em volta da guerra e o conflito neste livro é bem interiorizado, a disputa esta entre tolerar o intolerável e o limite da humanidade. O território cinza de personalidades em formação, o jogo de causa e consequência, como inocentes amantes podem se tornar rivais ao caminhar na linha tênue de ações moralmente questionáveis.
A estrutura em três partes faz uma separação dos locais e o avanço do mergulho na escuridão, uma visita ao passado que reflete o futuro. Os jogos vorazes são o meio para entender o que se tornará Panem, a ideologia que vai ser imposta sobre o dominador e o dominado. Recriar este show mórbido como uma versão prematura do sentimento sádico de entreter através da morte e da manipulação emocional.
A escolha da autora em reconstituir o passado foi um acerto, pois trabalha com a conexão nostálgica com a apresentação de elementos novos e intrigantes. “A cantiga sobre pássaros e serpentes" tensiona a lealdade e traição, o confiável e a ilusão, e cria uma personagem que justifica os meios para estabelecer o poder, ver através dos olhos do anti-herói é tentador, mas sabemos que lado ele vai ser colocado no final. É como ver a semente do mal ser plantado no jovem Snow, o momento que o ressentimento e o revanchismo que vimos contra Katniss surge, a formação de um grande vilão é forjada na dor.
É isso, pessoal
Até a próxima
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Grato , blog 2 cabeças viajantes