FHM #163: Eliminação Brasileira na copa do mundo feminina, menos ódio e mais paciência.

 Olá pessoal

A jornada acabou muito antes do esperado para o Brasil, a expectativa era naturalmente cruzar com o Estados Unidos, Alemanha, Espanha e etc, e vender caro esta derrota, entretanto do fiasco em 2023 temos que ter um olhar diferente para como fazemos como o time masculino. Criticar, pedir a cabeça de dirigente e treinadora, na hora da raiva e tristeza temos que apontar os defeitos e depois refletir o que deu certo, o cenário não é uma terra arrasada completa e nem uma base tão boa para o outro ciclo, ainda esta tudo muito quente para se analisar, faltou cabeça para as jogadoras e a experiência de Pia Sundhage não se confirmou a beira do campo. 

O maior problema desta derrota é o ódio do hominho que não sabe conviver com um esporte feminino em ascensão ao mesmo tempo que o futebol Brasileiro masculino vive uma crise daquelas. O discurso comparativo com um esporte na categoria masculina com 90 anos de profissionalismo e o esforço de 30  anos das meninas para conseguir o mínimo espaço é cruel e burro, não há dinheiro que vá equiparar o nível deles com o delas em um ciclo de 4 anos, além disso a chamada "lacração" porque a Globo, a Internet tão fazendo campanha para aumentar a popularidade da categoria feminina. O negócio é dar voz a idiota que vai difamar uma seleção feminina por um resultado que é anormal, quase 30 anos passando para a fase de mata-mata e no meio  de uma renovação de elenco como aconteceu diversas vezes com os homens e ninguém morreu por isso.

 A derrota viria naturalmente, pois estamos falando de futebol e a Seleção das Brabas era uma aposta, não uma favorita.  O dilema de lidar com gente preconceituosa, um ciclo ruim receberia críticas e agora, sendo a seleção que foi estruturada corretamente pela primeira vez - o que é uma vergonha no país do futebol, a categoria feminina ser escanteada por mais de 20 anos - parece que o favoritismo do Masculino se transfere, quando a situação era que somos zebra como os times nacionais dos anos 40. Odeio o tom com muitos comentaristas homens vão usar carregando machismo e aquecendo a noção machista que eles tão certo em diminuir a tentativa de organização da CBF. 

A analise da partida já diz tudo, apatia do ataque em conseguir furar a retranca Jamaicana e a falta de repertório de Pia Sundhage na adversidade. Tudo começou com o erro bobo no jogo da França onde o Brasil poderia ter empatado e vindo com o resultado favorável, o cenário dramático é a consequência dos erros Brasileiros nesta copa onde se esperava mais de todo mundo. Então, deu errado e agora, o foco é continuar construindo um futebol mais forte e melhor para continuar competindo, abandonar é cair na falácia de quem odeia e fica feliz com um resultado ruim. 

A paciência é saber que das derrotas se aprende para as próxima oportunidades, provavelmente a técnica vai mudar e jogadoras veteranas não chegarão a 2027,tudo vai ser diferente e se mantendo investimento em campeonato, formação melhor na base para que essas derrotas fiquem para trás. Até lá é resistir a tentação desse discurso vazio da mídia que vai desvalorizar o esforço das meninas, um passo de cada vez e ver a força desta seleção Brasileira aumentar e desconstruir os mitos que habitam em suas cabeças. 

O que ficou de bom:

  Organização tática - Diferente de técnicas e técnicos anteriores que existia a mudança de posição como Zagueira - atacante, Lateral - volante e etc.  Cada uma tinha o desenvolvimento da sua função e isso é importante. 

   Geração nova-  O peso da estreia ficou claro no último jogo, diversas atletas de primeira Copa e de idade baixa; Isso pesa no modo como de certa forma há novas atletas de nível no scout e permite mais talentos futuros para montar um time vencedor nos próximos ciclos. 

    Investimento dá retorno- Mesmo com a derrota, a mídia e as meninas/mulheres abraçaram a causa e tem um ponto de referência, como foi no passado com os homens, vai atrair jogadoras e novas pessoas para o meio do futebol feminino com a atual profissionalização dos clubes nem que seja a força. 

O que deve mudar

    Comissão técnica -  A janela de oportunidade esta aberta, desta experiência ruim com uma veterana campeã, podemos trazer um nome destaque nacional para o seu lugar ou continuar apostando em técnicos de desenvolvimento técnico. 

    Adeus Marta e outras lendas - É triste perceber que o futuro é sem as craques dos anos 2000 que marcaram o imaginário como Marta, Cristiane, Erika, Aline e etc; Nossas esperanças vem dos talentos que vão brilhar aqui e lá fora para manter o sonho de Copa, Olimpíadas. 

     Mídia e investimento- Daqui para frente, o mundo para estas  jogadoras e as torcedoras vai ser diferente com este foguete que começou a subir, vai ter jogo no canal fechado e pelo menos dois campeonatos para jogar no ano, quem tem que aceitar que tá acontecendo uma melhoria permanente é quem se contorce de raiva de mulher existindo no esporte. 

Perdeu, foi feio, mas é como na vida de todo mundo: Caiu, levanta que o tempo não para. Este texto tem que ser crítico em dizer que o ciclo deu ruim por muitos motivos em campo, por outro lado aponta o contrapeso das coisas positivas da primeira vez que se faz organização da categoria que tem futuro e que se há Hater aos montes, não faz mal melhorar as coisas para que as próximas competições cheguemos ao nível internacional com força. Era a copa da Renovação, não deu certo agora, porém em 2025 e 2027 estamos no caminho de saber disputar mais e melhor qualquer competição. 

É isso, pessoal 

Até a próxima 




     

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