Culturapop em analise #90: O que o público quer ver no cinema ?

 Olá pessoal 

O tema de hoje é o cinema, a crise da indústria cinematográfica se refere tanto a modelo quanto a leitura do que deseja o público. Como a pergunta sexista do século passado: " o que querem as mulheres?", entender a demanda do público como o momento de instabilidade econômica em um mundo pós pandêmico, em outras palavras que é o afastamento do hábito de ir a sala de cinema por substituição do Streaming e de como o peso do ingresso caro faz com que invés de assistir todo lançamento, a escolha pelo que parecer melhor.   

A premiação do Oscar deste ano e como a representação do cinema para massas é diferente da visão de bilheteria, o selo de indicado tende a nível global aumentar o faturamento de filmes de nicho local de alto valor técnico. Traduzindo, o alcance da Premiação é basicamente o domínio de língua inglesa com produções de diversos países, assim a condição de melhor filme internacional é a disputa por 1% do engajamento entre as outras produções em outras línguas terem reconhecimento no mundo.  

Muitos das maiores bilheterias do ano vão estar fora das premiações, o nicho de heróis e dos grandes blockbusters tendem a ser considerado o cinema farofa, ponto que ressalta a bifurcação entre investimento em ganhar prêmios e o trabalho de franquia para fazer caixa dos estúdios. O problema que colocou Barbie escanteado, mesmo com design de produção, figurino e outros segmentos em alto nível, o peso de ser uma narrativa que tenta revoluciona/mudar a imagem da indústria. Quer dizer, o que fatura muito pode ser o esnobado e filmes de festival buscam a sua divulgação através de prêmios da temporada. 

Chegamos o x da questão, os grandes estúdios usam da grana e da influência das temporadas de premiações para trazer público a bons filmes que passariam batido, o que o público realmente quer ver é uma contramão da Indústria que são histórias novas, boas reinvenções da franquias e menos narrativas  norte americanas. A capacidade de bilheteria é a medida de quanto o público tem apego ao gênero, ao elenco e como uma nova produção tem um peso no seu papel principal de contar uma história. 

Então, o grande dilema para o mercado é que essa ambivalência de filme arte x filme pipoca não rende mais no volume total, o evento BarbieHaimer abriu o precedente que o título que todo mundo amou e vai ser lembrado nas retrospectivas é o esnobado das premiações por critério de convencimento de bastidor. Depois de décadas, vai se questionar que filmes que engajam o público por serem autênticos, interessantes e fugirem do padrão vão ser os novos escanteados, nem mesmo o ápice de filmes de heróis, animações, cinema estrangeiro foi visto como poderia em nome das mesmas velhas narrativas de guerra, biografias e que representam Brancos, homens e poderosos. 

A luta contra o Streaming como Netflix, Amazon Prime e etc é o ponto que esses concorrentes vão baixar os números nas salas de cinema, além do que a grande experiência de som tem perdido espaço para gente cada vez mais ansiosa e que não sai de casa. Isso os explica os números baixos do pós pandemia, e como o mercado não entendeu que não absorver boas histórias é um dos erros e impondo esse selo como o bom cinema. 

O mundo não cansou de ir para  algum lugar ver algo legal, o problema esta na saturação de roteiros dos filmes de heróis  e do medo de novas franquias que tem tentado se lançar, estamos presos em histórias garantidas e repetidas por estúdios que em nome de evitar mais sangrias tem colocado o mercado em cheque. O irônico é dizer que abraçar o novo pode ser a solução, retomar algumas coisas focando em qualidade e saber que o público abraça e divulga quando algo é muito bom no cinema. 

O público quer ver algo bom, fantástico, genial que não precisa ser a repetição de uma formula e franquias que poderiam descansar suas imagens. O produto final tem que ser um universal que todo mundo abraça ou algo surpreendente, fugir de um Oscar Bait,  um título que vai valer a pena gastar uma grana para ver antes de chegar ao streaming, apostar no velho modo que é divulgação de elenco, marketing e pensar no que parece novo e fresco ao mesmo tempo ser habitual. A resposta não é uma formula fixa, cada lugar tem seu público e que tem sua especificidade a ser estudada. 

É isso, pessoal

Até a próxima. 



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