Resenha 2 cabeças: A cinco passos de você (2019)


                                          Olá pessoal

                            O nosso filme do mês é um drama juvenil, a versão cinematográfica de "A cinco passos de você" que foi roteirizada pelos seus autores (Mikki Daughtry, Tobias Laconis)  e posteriormente lançada como livro escrito por Rachael Lippincott posterior as gravações como complemento, resultando no nome dos três na capa. Inspirados em pessoas reais, a trama aborda a doença e também a humanidade  dos  jovens com a Fibrose Cística em um romance com uma trilha sonora impactante.

                           A fama de romances Jovem adulto é justificada, alto poder de comoção com um casal jovem: desejos humanos como afeto, toque e esperança, dentro do cenário do hospital em que a vida se torna limitada. Além do clichê, foi um roteiro redondo por gerar imersão com a união da montagem, trilha e atuação, a primeira impressão que me fica ao terminar de ver foi o impacto e um filme que entrega o que promete, é emocional do primeiro segundo até o último e isso é sua qualidade máxima.

                         O tradicional, reduzir a seu nicho estas produções que de fato teve êxito com indicações e vitórias em Premiações para o público jovem, mas também ganhou destaque pela narrativa e boa impressão do filme de parte da mídia especializada. A cinco passos de você tem o mérito de ligar uma história realista e cruel com o sentimento mais empático do cinema, o amor, se inspirar em pessoas que existem para criar um momento tão fácil de se apegar como uma paixão numa situação impossível e o preço de iminente morte por uma doença limitante.

                         A atuação dos protagonistas é algo que ter que ser destacado, Haley Lu Richardson e Cole Sprouse tiveram química e talento para sustentar um longa que se foca neles, Stella e Will, com altos e baixos com cenas significantes e mergulhos pessoais bem colocados. Os personagens secundários tem um papel importante como Poe, Barbara e Dra Hamid compõem o cotidiano,  terceiro elemento dos jovens pacientes, a enfermeira que abraça o trio como "amigos" e a médica responsável, ponto interessante é que os pais são apenas detalhes dentro da narrativa, aparecem pouco deixando o espaço de emoção e escolhas para os filhos, autonomia que não se vê em outros sucessos com plots parecidos.

                      O modo como a emoção é um fluxo continuo: a vivacidade da Stella em meio a volta ao hospital e a revolta disfarçada de Will que se revela em outra coisa, o clima tranquilo do hospital como cenário vivo, os pais do lado de fora como o sinal que as coisas não estão bem, o apego emocional da equipe médica, o amor que transparece do trio principal e das músicas que levam o tom para cima ou para baixo conforme o momento.

                        O modo como o drama se desenvolve implícito na alegria e otimismo que por vezes chega no limite conflitando com as puxadas da realidade ao chão, o ceticismo como uma face real de encarar uma doença potencialmente terminal e das linhas paralelas de histórias que contam mais sobre os personagens sem a necessidade de flashbacks o tempo todo, afinal ninguém revela seu passado constantemente num hospital. A misturas das lágrimas de alegria e tristeza, a sensação de apego aos dois e como isso se desenrola não somente ao fato de estarem juntos, para uma resolução dos empecilhos emocionais e físicos de duas pessoas querendo se relacionar.

                           Em tempos de quarentena e sensação de isolamento, o filme cai como uma bomba de empatia com o sentimento do trio principal de uma prisão sem grades, a doença e a realidade médica, que imperam sobre suas vidas e o tanto que isso parece com o medo do toque, a saudade, a distância e a recomendação que vivemos de não podermos abraçar e nem ver quem amamos. Cansaço de uma vida condenada e ao mesmo tempo com os sonhos de todos, o que dói ao ver as cenas chaves é que tem uma crueldade em tirar da juventude, o direito de amar e como projetamos isso na hora que muitos desejaram um final feliz.

                           Enfim as conclusões finais, primeiro tem o jeito e a convicção de fazer sorrir e chorar, dentro de uma narrativa que se encaixa na imersão é uma arma para refletir sobre nossa vida e de que forma agente valoriza o que tem. Em segundo, um sucesso com características que atravessam a linha do clichê e da quebra de expectativa, afinal é um hospital com dois pacientes com condições irreversíveis, a morte é uma companhia. Em terceiro a atuação entrega tudo o que o público como eu, gostaria de ver acontecendo até a forma sutil de quebrar os corações, a vida não é perfeita entretanto é bela com os seus momentos únicos de emoção.

Nota: 7,5/10 - pequenos defeitos técnicos/furos leves de roteiro/atuações superficiais.

                             É isso, pessoal
                            Até a próxima


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