Resenhas 2 cabeças: Jogos Vorazes – A cantiga dos pássaros e das serpentes (2023)


 

Olá pessoal

A nossa tradição de trazer resenhas continua com o sucesso da franquia Jogos Vorazes, a cantiga dos pássaros e das serpentes fez um sucesso nos livros e obviamente teve confirmada em sequência para as telonas. Trabalhamos com a resenha do livro e por isso trabalhamos um texto que trata da adaptação e da obra cinematográfica, aproveitem.

 

  Uma adaptação fiel e cuidadosa nos detalhes.

Desde o lançamento do quarto livro, o primeiro spin off da série de livros Jogos Vorazes, “As cantigas dos pássaros e das serpentes” trouxe uma proposta dupla de oficializar a histórias do passado e trabalhar seu vilão sobre uma nova ótica. A descrição quase cinematográfica das cenas indicava o que muitos fãs esperavam, uma nova adaptação da nova aventura em panem, em minha opinião, valeu muito a pena esperar a chegada nas telonas.

O longa conta com 155 mins (mais de 2 horas e meia) do mesmo estúdio dos quatros anteriores da franquia, com a volta de Francis Lawrence na direção e produção. O elenco jovem conta com Tom Blythe, Rachel Zegler e Hunter Schafer, além de Peter Danklage e Viola Davis como grandes estrelas. Destacando o design de produção que através de figurinos, maquiagem e cenário, a panem bela e assustadora.

Vamos dividir em duas partes: A adaptação e Nas telonas, esta resenha analisa filme e livro como uma coisa só.

1)    Adaptação

Baseado no maior livro em números de páginas e a trama mais longa da serie literária de Suzanne Collins, a produção contou com a participação da autora no roteiro que pesou nas boas escolhas em manter a fidelidade e os naturais descartes das narrativas secundárias, ponto positivos que agrada a fanbase tanto o público geral, assim apresentando um mundo novo que tem conexões com os outros quatro filmes.

O contraste com a versão velha e vilanesca de Donald Sutherland ao jovem carismático e cheio de sonhos Coriolanus Snow interpretado por Tom Blythe é a mudança para um filme de Anti herói, ao sinal do início do seu lado mais potencialmente malvado e ambicioso. Sua atuação carrega o longa no embate entre seu lado humano e desumano, a complexa construção de personagem.

A trama principal também envolve o reitor highbottom, Dra Gaul, Sejanus Plynth, Lucy Gray e Tigris. A interpretação deste núcleo balanceia a humanidade do protagonista, pendendo a busca ambígua entre poder e amor, este elemento que traz certa fidelidade a narrativa em primeira pessoa do livro e a visão em terceira pessoa no cinema.

Um aspecto que não pode faltar é a violência nua e crua como a metáfora dos Jogos Vorazes, além de criar o entretenimento da morte nesta sociedade. É sobre a força da fascinação por ver o lado mais cruel das pessoas na arena para se sentir melhor por estar do lado civilizado.

Panem Brilha, o cenário é parte vital do filme, sobre pertencimento e lugares tocados ou não pela Capital. A Capital destruída, distrito 12, o lago fora dos limites do 12 e a arena no meio da cidade; meios que transmitem uma ideia de mundo em que vivem ou são colocados pelo poder central; Suas cores são escolhidas pra indicar quanto através do tom a distância do terror dos jogos vorazes, mais vivo e claro para longe e cinza e frio para dentro da arena.

Por fim, a escolha na representação do cenário imaginado nas páginas do livro em uma imagem linda, cruel e real. A escolha dos atores para o elenco com o tom necessário para cada perfil, somada a experiência que o design de produção faz com a imersão impressionante no mundo de panem. Os traços da capital no Snow, o cenário fabril com trabalhadores e soldados, o bando com traços de ciganos e ar de cientista maluca em Dra Gaul são bons exemplos.

A cereja do bolo, a adaptação das letras de músicas da banda de Lucy Gray baird com a produção musical visceral e intima, colocando alma na interpretação em live action.

   

 2) Nas telonas

Como na estrutura mais tradicional de cinema, 3 arcos compostos por diferentes níveis diferentes de ação e drama. O longa se constrói em ritmo que reforça sua base de história e no ato final favorece o suspense como um modo de jogar com o público, já conhecemos Snow e Lucy, é sobre eles que se trata o final.

No percurso de um filme de mais duas horas, o tom da trama é a ambiguidade, caminha no limiar entre bem e mal, tolerar o intolerável em troca da vida. A relação de poder, corrupção e favorecimento perpassa a vida de Coriolanus enquanto certa pureza transparece de Lucy, apesar do ar de casal como a forma de sobrevivência como Katniss e Peeta. Os dois extremos poderiam encontrar um meio termo entre suas diferenças por um curto tempo, talvez.

O estereótipo de anti herói cai bem a este Snow de Tom Blythe, o perfil de mocinha indefesa de Lucy, talvez não, a atuação de Rachel Zegler flutua entre a fragilidade nos jogos vorazes e na força da sua voz ao ser um pássaro livre. Por conta da relação com Lucy, oscilar entre bem e mau até assumir a faceta mais obscura nos olhos cheios de ódio herdados de seu pai, como cita Tigris no final.

Recriar e reconstruir foi o bom trabalho de roteiro, adaptou e trabalho pontas soltas e conseguiu refazer nossas memórias de panem e dos jogos vorazes da capital. O filme deu voz a política de panem antes da chegada de Snow ao poder, mostra o passado de Tigris, bem interpretada por Hunter Schafer, além de recontar em tempo real a historia do distrito 12, tudo isso sem alongar o longa com conteúdo pouco relevante dentro da franquia.

A metáfora do título recai sobre o pecado original, como a jovem cobra encontra o pássaro em sua liberdade, o natural conflito que acontece no ato final. A “passarinha” Lucy Gray tem a voz e a liberdade; Snow é esguio e se torna lentamente uma “cobra traiçoeira” que envenena todos ao seu redor. Assim a canção narra o amor e a incompatibilidade entre presa e caçador.

Os outros vilões como Dra Gaul de Viola Davis e o reitor Highbottom de peter Danklage são notórios na formação de caráter vilanesco que habita os olhos de ódio e a manipulação de snow, seu charme que enfeitiça como a caçador atrai sua vitima.

Apresentar Tigris e lady-vó traz compaixão aos atos cruéis e ambiciosos do protagonista, todo o contexto quase nos faz esquecer que como os limites que são ultrapassado são demais até para Lucy Gray.

Lucy e o bando representam a saída do mundo, para além de panem e o mundo da guerra.  Quem não tem asas tem inveja da liberdade dos pássaros; Snow teme perder Lucy Gray por sua força e poder, de como a ambição de coriolanus faz com que traia Lucy é longe de ser frágil e tola garota do mundo destruído.

A trama perpassa relações de poder, estendendo até o porto seguro dos protagonistas e o destino dos dois quando a escolha crucial bate a porta sobre ambição ou liberdade. O que une o casal é a mesma origem, entretanto os seus destinos são diferentes por motivos de escolhas, e de suas próprias ambições.

A mensagem final do longa é trabalhar a humanidade do vilão é manipulação com o público, amar e odiar o personagem sedutor. No final, no final a guerra transforma todos nós e os jogos vorazes fez Snow um grande vilão.

É isso, pessoal

Até a próxima. 


 

Comentários

confira :

Eu não acredito em amizade eterna

Giro dos esportes #18: Noticias gerais