Coluna Amarela #3: O peso do nome

 

Olá pessoal

O tema de hoje é o peso da representação que ainda existe no sobrenome, isso é um conceito que atravessa a rivalidade dos imigrantes asiáticos no Brasil, que se torna uma bandeira que não se coloca em pauta falando de europeus ou até latinos no geral. O peso do nome é de identificar, gerar reações que vão do orgulho até o preconceito, como em outros processos de migração ao redor do mundo que o termo aceitação e integração acaba no momento que se vê um documento oficial.

Este texto só existe, a razão de dar luz a um sentimento tão íntimo que é o sentimento de não pertencimento como um Brasileiro, terra de oportunidade mas que rejeita até hoje a inclusão de verdade dos asiáticos brasileiros. O traço do rosto, olho puxado e leve problema de timidez, somado a um legado do nome te colocam em um lugar de deslocamento e das pautas vazias do exótico que é legal; na respostas desses grupos, a presença de descendentes que simplesmente uniram ao traços mais brancos para se disfarçar dos estereótipos mais repetidos em uma conversa de bar.

Partindo do ponto que não existe vergonha no sobrenome, muitos usam como nome artístico e se torna marca. O que pretendo destacar é que diferente de famílias com sobrenomes que se dissolvem na multidão como Silva, Souza, Conceição, Garcia, Hernandez e etc; o caso é ter um que te identifica como oriental tem um peso de questionamento, uma atenção se você cumpre bem o imaginário popular: trabalhador, ingênuo e moralista.

O modo como somente o tempo tira o traço de estrangeiro, um centenário com homenagens e relação de comunidade mútua que no cotidiano vira um enfeite na sala. Falar de modo turístico que o país com mais japoneses em colônia, e esquecer que somos parte da engrenagem e que em algum tempo passe de susto para normalidade um amigo, um aluno, um funcionário tenha seu sobrenome oriental tratado como qualquer um. É para ter orgulho de onde se vem, o complicado isso vir com uma pressão social.

Um conselho final, pergunta como se pronuncia o sobrenome oriental que for seja chinês, coreano, japonês, filipino, malaio e etc. Evita passar vergonha e as vezes a pronuncia é fácil ou aportuguesada.

É isso, pessoal

Até a próxima.