FHM#180: Os centros do futebol no Brasil

 Olá pessoal 

O tema de hoje é explicar como o esporte mais popular do país é um ponto de separação entre regiões, marcando distâncias econômicas e de um pouco de sorte, talvez. A velha discussão que levou a separação entre dois grupos na sonhada liga brasileira de clubes (LIBRA/LFU), a diferença entre valores que os protagonistas e os coadjuvantes tem a receber, o abismo que um grupo pretende manter e outro que quer encurtar, mas ao final das contas não é sobre números e sim, sobre territorialidade que os investimentos podem acontecer, aprofundaremos um pouco. 

O ponto ideal é que todos aceitassem um patamar  justo para todo mundo, o problema começa que o caminho das cotas de participação é um mapa da desigualdade entre clubes. Supostamente com o formato democrático da Serie D deveria abraçar os Estados como um todo, entretanto a estrutura semi amador dos clubes do norte comparada ao eixo sudeste sul rico faz com que a diferença impeça a ascensão de azarões. Quer dizer que existem os grandes do Pará, o projeto no Amazonas, mas imaginar que Rondônia, Roraima, Amapa, Acre tenham potencial financeiro de colocar times em divisões nacionais acima é duro de acreditar.  

Podemos colocar dois centros muito bem definidos no imaginário que são os clubes do Nordeste tradicionais como os baianos, pernambucanos, Cearense e a presença dos outros estados da região se confrontando com o eixo sudeste que é parcialmente estendido ao Sul quase como um todo. Marcando o atraso que existe em relação ao norte e centro oeste, em que existem times que alçaram destaque até a segunda divisão, mas são colocados como um degrau abaixo na visão dos torcedores. 

Partimos para casos mais específicos:

Goiás como um estado que cresceu muito tem dois times que batem ponto na primeira divisão, o problema é que na corrida financeira não disputam para ser um time permanente na serie A.

Paraná vive a maior crise em décadas, o time que tem o nome do Estado sofre sem divisão e os rivais Athlético PR e Coritiba se tornaram times comuns, é a primeira vez nesta década que não existe um representante paranaense na elite do futebol nacional. 

O estado esquecido do Eixo, Espírito Santo tem um histórico apagado no futebol nacional, mostrando que a localização não influenciou no surgimento de um clube forte o suficiente para escalar divisões. 

No norte, o futebol amazonense nunca alçou um voo muito longo e tem no Amazonas FC como um raro projeto de competitividade; A tradição do Pará sempre contrastou com o resto da região, apenas lembramos do nortistas pelo REPA (Remo/ Paysandu que são times populares até fora do Estado), no fundo sempre foi falta de investimento. 

São Paulo como o coração econômico urbano, é o Estado com mais poder de fogo, mais times na serie C, Serie B e na Serie A; Isso tem um motivo: o terreno fértil para projetos de futebol e compras de clube, assim que além dos quatro grandes, existem os tradicionais do interior e os times surpresa como hoje Novorizontino, no passado Grêmio Barueri, Ituano, Ferroviária, Botafogo - SP etc.

Rio de Janeiro é o oposto, um potencial grande nos quatro grandes e um deserto de grana e projeto esportivo, o time mais forte é o Volta Redonda, todos os outros não tem força de acesso para a Serie C. 

Para finalizar, o território de rivalidades diretas como o Galo/Cruzeiro ou Grêmio/Inter são um show de uma nota só que tem alguns bons investimentos como o América MG/Athletic tanto o Juventude. 

Concluindo

O espírito deste texto é questionar como um lugar consegue emplacar mais 3 a 5 representante na elite e outros nem sonham em colocar um time fixo na disputa do acesso a serie A, B e C,  a ideia central é que fica difícil escapar da tendência nacionais de distribuição de grana vindo da TV e dos patrocinadores. A transferência de grana de um ponto importante para outro menos visado é o caminho improvável, ou seja o modo como clubes de Estados esquecidos e com Estaduais de pouca audiência se darem bem é hoje a SAF que bota a renda que as TVs não pagaram nas últimas décadas, além de muita boa vontade local em escolher um único representante que possa competir na serie D. 

O fato que o contrato do Estadual mais rico como São Paulo e o cenário geral que existem campeonatos sem cota de participação e premiação como o abismo que a decisão do poder econômico em abandonar o que poderia ser o entretenimento esportivo local em um campeonato amador. Isso passa por federação local, mas na imagem antiga que não existia futebol em certos locais, o que mudou com a entrada de capital financeiro em todas as regiões. 

A condição é cruel, afinal se preciso for que estabelecer times em divisão nacional como o parâmetro de poder de um campeonato, como um Estado que foi negligenciado por suas próprias TVs locais por muito tempo e isso quer dizer grana e tamanho de clube, pode esperar que superar os 63 na serie D, 20 na Serie C, 20  na serie B. 

Existe muito pouco mérito, e muito da divisão pré estabelecida na forma como a jornada de clubes de uma região vai ter que superar em busca espaço no cenário nacional. Foi assim com o antigo clubes dos 13,  será em qualquer divisão da LIBRA (Liga Brasileira de clubes) e LFU (liga Forte União); A ascensão da região Sul que se unificou ao chamado Eixo Rio São Paulo que sempre teve a companhia dos mineiros, passa mais por investimentos locais do que abertura amigável. 

O fator crucial é a manutenção deste grupos ou se existirão novas entradas nestes centros de futebol, os projetos das federações será em manter o seu patamar ou buscar melhores conexões. A possibilidade de fusão de Estaduais como foi pensada no Sul do país, a copa verde poderá se reformular e crescer como competição como é a visão sobre a copa do  Nordeste que é um momento importante no começo da temporada. 

É isso, pessoal 

Até a próxima 




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