Culturapop em analise #93: O que um Oscar muda o cinema brasileiro
Olá pessoal
O Brasileirinho menos informado sabe que o Oscar finalmente chegou para o nosso cinema, uma indústria que supera tantos desafios com falta de financiamento, pensamento vira-lata em relação a sua cultura audiovisual e que teve poucas indicações ao longo dos anos. A questão é olhar para o futuro e enxergar como o impulso de uma premiação ajuda a todos os envolvidos em criar um cenário mais promissor para novas produções e de visibilidade até nos cinemas daqui.
Vamos nos focar em três aspectos principais que é financiamento, impacto internacional e sucesso no mercado interno. Destes pontos podemos discutir muitos reflexos que a histórica campanha financiada por Walter Sales diz sobre como serão necessários investimentos para que outros filmes possam chegar no mesmo lugar, e como temos que começar a estabelecer mais sucessos nacional e internacionalmente.
A questão do financiamento é um problema de fundação, desde sempre existiu a necessidade de auxílio para que os filmes fossem produzidos desde os clássicos de Glauber Rocha, os filmes da franquia de terror do Zé do Caixão e os sucessos recentes como Cidade de Deus, Minha mãe é uma peça e Tropa de Elite. Ao ler os créditos temos a Ancine, financiamento público e a realidade de que o público não recebe a quantidade de produções por falta de quem invista em distribuição. Agora que somos Oscarizados, as empresas pela Lei Rouanet e as cidades vão investir para que temos mais filmes lançados em busca do próximo candidato a filme de reconhecimento internacional?
O problema da construção de um público que é contra sua própria produção nacional por preconceito e um histórico de descrédito por épocas de vacas magras como a Pornochanchada. Existe um antes dos potencial nos anos 60 que foi freado por uma ditadura e um presente de 20 anos de muitos lançamentos que não foi acompanhado de uma reeducação do gosto de acompanhar filmes brasileiros por produções parecidas só que faladas em inglês. Como um prêmio pode mudar isso, na prática não pode; O que muda é o orgulho de ver novas produções e incentivar nas primeiras semanas que a tendência a manter salas voltadas a filmes brasileiros em vez de ceder a outros longas de baixa qualidade que chegam por aqui.
Chegamos o ponto de falar de sucesso internacional, o fato é que existe há bastante tempo a presença de filmes nacionais estreando em festivais internacionais, isso depende de vontade das distribuidoras e da confiança nessas produções. O fato que o destaque na indústria ajuda a fazer o nome de um longa a ponto de ser avaliado para um globo de ouro ou Oscar, isso vai continuar o mesmo, apenas com mais destaque de país recém premiado com o reconhecimento que outros diretores possam ter dentro do cenário internacional.
No final das contas, o que vai mudar é a agenda positiva em apostar nessa distribuição maior e que visibilidade maior de produções que sejam de boa qualidade para ocupar salas aqui e no exterior. A nossa expectativa que outros atores e atrizes consigam vencer a barreira do idioma e de penetração nos mercados mais imponentes. O fato é que incentiva novas histórias sobre o Brasil, produções contidas ou grandiosas sobre nós mesmos e que isso gere identificação do nosso cinema e talvez mudar a imagem que o Brasileiro tem sobre produções nacionais e seu valor.
É isso, pessoal
Até a próxima.
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Grato , blog 2 cabeças viajantes