Coluna Amarela #5: paz, trabalho e estereótipo
Olá pessoal
O tema de hoje é a imagem que o próprio Nipo-brasileiro tem de si e as distorções que existem como se aplica a qualquer descendente até hoje como um peso que não encontra razão de ser. Trataremos os problemas através de três linhas: Paz, Trabalho e Estereótipo, todos tem a ver com a história de imigração e contexto de adaptação a esta terra de oportunidade chamada Brasil.
A paz que eu trato é que com os horrores causados ao japoneses a busca mais plausível seria o lugar onde se possa trabalhar e viver. Assim seja antes da Primeira Guerra ou depois da Segunda Guerra temos a dispersão de diversos grupos ao redor do mundo, e seja no projeto de onda imigratória de 1908 ou do pós guerra, a chance de recomeçar no Brasil foi uma máquina de vendas de expectativas e uma realidade cruel.
O processo foi um roteiro de movimentos internos -que eu percebi enquanto faço minhas leituras-, a chegada se estabelece no interior e no trabalho no campo como a cooperativa agrícola de Cotia e a fazenda de Pêssegos em Itaquera, a transição urbana se dá com a divisão entre quem retornou ao interior e os que migraram para o comercio no boom do Bairro da Liberdade e no atual momento temos a retomada ao interior, onde os velhos centros culturais ainda existem e sustenta as raízes dos tempos da chegada da comunidade fechada. Isso quer dizer que o elemento da paz e da boa vida sempre foi o foco desta imigração, toda riqueza das famílias não justificou a permanência no meio urbano onde o fato da violência e a xenofobia serem causador do regresso dos mais velhos.
Depois de afirmar tudo isso, há inúmeras famílias de descendente nipônicos em São Paulo e outras capitais, elas podem ou não querer retornar as áreas mais calmas, o ponto é que elas tem mais apego a cidade como terceira e quarta gerações.
O trabalho como uma segunda linha, não é um fator mágico de japoneses ter esse espírito de luta e de uma obstinação em chegar um objetivo, vem de uma cultura de funcionário dócil que se baseia em crescer com o orgulho do teu braço. No Brasil não foi diferente de outros lugares como Hawaii, Peru, Canadá e outros, o modo de integração é sempre como uma boa mão de obra e foi desse jeito com o meio do trabalho duro no campo, as firmas na cidade e agora, as boas posições no meio corporativo e entretenimento temos uma marca de credibilidade. O ponto é que isso não é a única coisa que define um descendente com mais de 100 anos de estadia neste país, o que vai além das 8 horas dentro do expediente?
O que pode se dizer hoje é que as novas gerações são menos inocentes, ainda se tem vantagem na expectativa de um descendente para ser contratado, mas não é o mesmo que levava golpes e trabalhava de forma cega. Hoje as empresas familiares são em menor quantidade, como dito anteriormente as famílias mais velhas se retiraram para outras cidades, ou seja trabalhamos para outros patrões e temos no geral, uma boa capacitação como os filhos que estudaram.
O estereótipo é a soma de tudo, a inocência com a submissão dos antepassados e o conceito que este trabalhador é perfeito para ser explorado, melhor que os nativos que são muito rebeldes como é a média do funcionário brasileiro. O problema que passarinho que acompanha morcego, dorme de cabeça para baixo, quer dizer que estamos falando de terceira, quarta geração para frente de descendentes que vivem no mesmo Estados, criaram uma consciência que quando o trabalho com suas famílias acabou, o patrão de fora é diferente, tem métodos menos limpos e que na vida urbana não se pode ser inocente demais.
Todos tem direito de buscar o que é melhor, ter um funcionário brasileiro asiático pode significar um problema ou solução, e também eles podem se demitir e aceitar um emprego melhor. Isso é que na minha opinião, o modo de trabalho de muito esforço ainda existe, mas a ideia de pura obediência no trabalho é algo de uma cultura muito estrita do passado que é menos presente hoje.
É isso, pessoal.
Até a próxima.
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